Não tem jeito não!
É chegar a época das “Festas Joaninas (juninas)” que vem na lembrança o arrasta-pé, a fogueira ( que em tempos de aquecimento global, precisamos rever), as comidas gostosas de milho, brincadeiras diversas, os fogos de artifício e muita musicalidade.
O Nordeste brasileiro é berço de “Monstros Sagrados” de ontem e de hoje, porém o velho Gonzagão é inesquecível e singular.
Em homenagem ao leitor – Luiz Gonzaga já é mais do que venerado -,publicamos aqui, uma pequena história da vida do homem que melhor cantou a “alma” do povo nordestino e deixamos um link – no final do artigo – para que vocês escutem as melhores e insuperáveis canções do Rei do Baião.
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco
Conhecido como o rei do baião, Luiz do Nascimento Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na fazenda Caiçara, município de Exu, localizado no sopé da Serra do Araripe, Pernambuco. Filho de Januário José dos Santos, sanfoneiro e consertador de instrumentos e Ana Batista de Jesus.
Passou toda a sua infância ao lado do pai, acompanhando-o desde os oito anos de idade aos bailes, onde o ajudava a tocar sanfona. Trabalhou também na roça, nas feiras e tomando conta de rebanhos de bode.
Em 1924, aos doze anos, comprou sua primeira sanfona, fole de oito baixos, da marca Veado e aos quinze já tinha adquirido prestígio na região como sanfoneiro.
Em 1930, por causa de uma paixão frustrada, desentendeu-se com a família e fugiu à pé até o Crato, no Ceará, alistando-se no Exército. Com a eclosão da Revolução de 30 viajou por todo o país com sua tropa. No Exército, ficou conhecido como o Corneteiro 122.
Quando recebeu baixa do serviço militar, em 1939, foi para o Rio de Janeiro, na época a capital da república e passou a cantar e se apresentar no Mangue, zona de prostituição da cidade, onde havia muitos cabarés e gafieiras.
Apresentou-se no programa de auditório de Ary Barroso, bastante popular na época, cantando música nordestina e conquistou a nota máxima, sendo depois contratado pela Rádio Nacional. Em 1941, gravou seu primeiro disco pela RCA.
Em 1945, nasceu o seu filho, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, e no mesmo ano ele inicia sua parceria com Humberto Teixeira.
Casou-se, em 1948, com a professora pernambucana Helena Cavalcanti que havia conhecido nos bastidores da Rádio Nacional.
Como Humberto Teixeira resolveu dedicar-se à carreira de deputado, Luiz Gonzaga encerrou sua parceria com ele, passando a compor com o médico pernambucano José de Souza Dantas, o Zédantas, seu outro grande parceiro. Com Humberto Teixeira, Zédantas e outros, compôs uma grande quantidade de baiões, toadas, xotes, polcas, mazurcas, valsas, deixando registrada na discografia brasileira mais de 600 músicas. Muitos desses discos podem ser encontrados no acervo da Coordenadoria de Fonoteca, do Centro de Documentação e Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade, da Fundação Joaquim Nabuco.
Em 1980, cantou para o Papa João Paulo II, em Fortaleza, quando da sua visita ao Brasil. Nessa ocasião, retirou da cabeça o seu chapéu de cangaceiro, que se tornara sua marca registrada e colocou-o, respeitosamente, na cabeça do Papa que o abençoou e disse Obrigado, cantador!
Luiz Gonzaga tornou-se um símbolo cultural brasileiro: subiu em palanques de presidentes da República, animou jantares de reis e chegou, inclusive, a se apresentar no Olimpia de Paris, em 1986.
Morreu no dia 2 de agosto de 1989, às 15h15, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde estava internado há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa de Pernambuco e enterrado na capela do Parque Asa Branca, em Exu, sua cidade natal.
Entre suas composições mais conhecidas estão:
Asa Branca, Juazeiro, Assum preto, Cintura fina, A volta da asa branca, Boiadeiro, Paraíba, Respeita Januário, Olha pro céu, São João do carneirinho, São João na roça, O xote das meninas, ABC do sertão, Riacho do Navio, O cheiro da Carolina, Derramaro o gai, A feira de Caruaru, Dezessete e setecentos, A morte do vaqueiro, Ovo de codorna, Forró nº 1.
Quando ôiei a terra ardendo
Quá fogueira de São João
Eu perguntei, ai, pra Deus do céu, ai
Pruquê tamanha judiação
Qui braseiro, qui fornáia
Nem um pé de plantação
Pru falta d´água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a Asa Branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas légua
Numa tristea solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortá pro meu sertão
Quando o verde dos teus óio
Se apoiá na prantação
Eu te asseguro, num chore não, viu?
Que eu vortarei, viu, meu coração!
Asa Branca, toada de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1947
Fontes consultadas:
CÂMARA, Renato Phaelante da. Luiz Gonzaga e o cantar nordestino: memória. Recife: UFRPE, [199-]
FERRETTI, Mundicarmo Maria Rocha. Baião dos dois: Zédantas e Luiz Gonzaga. Recife: FJN, Ed. Massangana, 1988.
A VIDA e os 60 maiores sucessos do rei do baião Luiz Gonzaga. Recife: Coqueiro, [199-].
ESCUTE MÚSICAS DE LUIZ GONZAGA AQUI.
não da pra resumir não hein…
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Muito bom, gostaria se possível de material do rei do baião.
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Conheçam o Minidicionário do Gonzagão que foi produzido por crianças de 7 anos de idade em uma escola de Petrolina-PE. Um feito inédito e maravilhoso!! segue o link da matéria: http://www.carlosbritto.com/escola-de-petrolina-publica-minidicionario-do-gonzagao/
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não achei nada do que eu queria !!!!!
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adthiki
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vai banha
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