Cips, a alternativa chinesa ao sistema de pagamentos Swift
EUA não querem dar margem a questionar domínio do dólar.
Uma das sanções contra a Rússia avaliada pelos EUA é desconectar os bancos russos do sistema de pagamento Swift. Em teoria, o arcaico método de transferência de dinheiro internacional não sofre controle de nenhum governo. Mas só na teoria. Os Estados Unidos já bloquearam transferências em dólar e impuseram o banimento do Irã. A medida ainda não foi tomada contra a Rússia por, ao menos, 2 motivos: poderia ser um tiro no pé da Europa, especialmente Alemanha; e há dúvidas quanto ao efeito sobre as transações russas.
A punição também ajudaria a estreitar as relações entre Putin e a China. Apesar de anos de esforços para que o comércio bilateral se dê em rublos e renminbi, somente uma pequena parcela das transações entre os 2 países se dá à margem do dólar.
A China, porém, tem, desde 8 de outubro de 2015, um sistema de pagamento próprio para transações na moeda chinesa. O Cips (Cross-Border Interbank Payment System, também conhecido como China Interbank Payments System) é ainda um pequeno ator perto do Swift – lidou com 2,2 milhões de transações no ano passado, com um valor total de 45,3 trilhões de iuans (US$ 7,1 trilhões); o irmão famoso bateu, em novembro de 2021, um recorde de 50,3 milhões de mensagens trocadas em um único dia e processa cerca de US$ 6 trilhões diariamente, 40% delas em dólar. Mas o Cips vem crescendo, impulsionado pela Iniciativa Cinturão e Rota (CRI, na sigla em inglês).
O volume de tráfego de pagamentos pelo Cips em 2020 aumentou cerca de 20%, enquanto o valor total das transações aumentou mais de 30%. Até agora, são 53 participantes diretos e 1.137 participantes indiretos (876 na Ásia, 153 na Europa, 42 na África, 26 na América do Norte, 23 na Oceania e 17 na América do Sul). Para facilitar os acordos entre a Rússia e a China, vários bancos russos começaram a se conectar ao sistema chinês.
Ver o dólar perder espaço é tudo que os EUA não desejam.
Fonte: Monitor Mercantil