LAMPIÃO: HERÓI OU BANDIDO?

Lampião: O dragão da maldade
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Um guerreiro visionário, destemido e inteligente. Ninguém nega as virtudes de Lampião. Agora pesquisadores questionam o verdadeiro papel histórico de Virgulino Ferreira
por Lira Neto

Eles faziam do assassinato um ritual macabro. O longo punhal, de até 80 centímetros de comprimento, era enfiado com um golpe certeiro na base da clavícula – a popular “saboneteira” – da vítima. A lâmina pontiaguda cortava a carne, seccionava artérias, perfurava o pulmão, trespassava o coração e, ao ser retirada, produzia um esguicho espetaculoso de sangue. Era um policial ou um delator a menos na caatinga – e um morto a mais na contabilidade do cangaço. Quando não matavam, faziam questão de ferir, de mutilar, de deixar cicatrizes visíveis, para que as marcas da violência servissem de exemplo. Desenhavam a faca feridas profundas em forma de cruz na testa de homens, desfiguravam o rosto de mulheres com ferro quente de marcar o gado.
Exatos 70 anos após a morte do principal líder do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a aura de heroísmo que durante algum tempo tentou-se atribuir aos cangaceiros cede terreno para uma interpretação menos idealizada do fenômeno. Uma série de livros, teses e dissertações acadêmicas lançados nos últimos anos defende que não faz sentido cultuar o mito de um Lampião idealista, um revolucionário primitivo, insurgente contra a opressão do latifúndio e a injustiça do sertão nordestino. Virgulino não seria um justiceiro romântico, um Robin Hood da caatinga, mas um criminoso cruel e sanguinário, aliado de coronéis e grandes proprietários de terra. Historiadores, antropólogos e cientistas sociais contemporâneos chegam à conclusão nada confortável para a memória do cangaço: no Brasil rural da primeira metade do século 20, a ação de bandos como o de Lampião desempenhou um papel equivalente ao dos traficantes de drogas que hoje seqüestram, matam e corrompem nas grandes metrópoles do país.
Cangaceiros e traficantes
Foram os cangaceiros que introduziram o seqüestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos crimes. Caso não recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão era outra fonte de renda. Mandavam cartas, nas quais exigiam quantias astronômicas para não invadir cidades, atear fogo em casas e derramar sangue inocente. Ofereciam salvo-condutos, com os quais garantiam proteção a quem lhes desse abrigo e cobertura, os chamados coiteiros. Sempre foram implacáveis com quem atravessava seu caminho: estupravam, castravam, aterrorizavam. Corrompiam oficiais militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal bélico sempre mais moderno e com maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.
“A violência é mais perversa e explícita onde está o maior contingente de população pobre e excluída. Antes o banditismo se dava no campo; hoje o crime organizado é mais evidente na periferia dos centros urbanos”, afirma a antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autora do livro A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão. A professora aponta semelhanças entre os métodos dos cangaceiros e dos traficantes: “A maioria dos moradores das favelas de hoje não é composta por marginais. No sertão, os cangaceiros também eram minoria. Mas, nos dois casos, a população honesta e trabalhadora se vê submetida ao regime de terror imposto pelos bandidos, que ditam as regras e vivem à custa do medo coletivo”.
Além do medo, os cangaceiros exerciam fascínio entre os sertanejos. Entrar para o cangaço representava, para um jovem da caatinga, ascensão social. Significava o ingresso em uma comunidade de homens que se gabavam de sua audácia e coragem, indivíduos que trocavam a modorra da vida camponesa por um cotidiano repleto de aventuras e perigos. Era uma via de acesso ao dinheiro rápido e sujo de sangue, conquistado a ferro e a fogo. “São evidentes as correlações de procedimentos entre cangaceiros de ontem e traficantes de hoje. A rigor, são velhos professores e modernos discípulos”, afirma o pesquisador do tema Melquíades Pinto Paiva, autor de Ecologia do Cangaço e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Homem e lenda
Virgulino Ferreira da Silva reinou na caatinga entre 1920 e 1938. A origem do cangaço, porém, perde-se no tempo. Muito antes dele, desde o século 18, já existiam bandos armados agindo no sertão, particularmente na área onde vingou o ciclo do gado no Nordeste, território onde campeava a violência, a lei dos coronéis, a miséria e a seca. A palavra cangaço, segundo a maioria dos autores, derivou de “canga”, peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Assim como o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.
Um dos precursores do cangaço foi o lendário José Gomes, o endiabrado Cabeleira, que aterrorizou as terras pernambucanas por volta de 1775. Outro que marcou época foi o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, o Jesuíno Brilhante (1844-1879), famoso por distribuir entre os pobres os alimentos que saqueava dos comboios do governo. Mas o primeiro a merecer o título de Rei do Cangaço, pela ousadia de suas ações, foi o pernambucano Antônio Silvino (1875-1944), o Rifle de Ouro. Entre suas façanhas, arrancou os trilhos, perseguiu engenheiros e seqüestrou funcionários da Great Western, empresa inglesa que construía ferrovias no interior da Paraíba.
Lampião sempre afirmou que entrou na vida de bandido para vingar o assassinato do pai. José Ferreira, condutor de animais de carga e pequeno fazendeiro em Serra Talhada (PE), foi morto em 1920 pelo sargento de polícia José Lucena, após uma série de hostilidades entre a família Ferreira e o vizinho José Saturnino. No sertão daquele tempo, a vingança e a honra ofendida caminhavam lado a lado. Fazer justiça com as próprias mãos era considerado legítimo e a ausência de vingança era entendida como sintoma de frouxidão moral. “Na minha terra,/ o cangaceiro é leal e valente:/ jura que vai matar e mata”, diz o poema “Terra Bárbara”, do cearense Jáder de Carvalho (1901-1985).
No mesmo ano de 1920, Virgulino Ferreira entrou para o grupo de outro cangaceiro célebre, Sebastião Pereira e Silva, o Sinhô Pereira – segundo alguns autores, quem o apelidou de Lampião. Como tudo na biografia do pernambucano, é controverso o motivo do codinome. Há quem diga que o batismo se deveu ao fato de ele manejar o rifle com tanta rapidez e destreza que os tiros sucessivos iluminavam a noite. O olho direito, cego por decorrência de um glaucoma, agravado por um acidente com um espinho da caatinga, não lhe prejudicou a pontaria. Outros acreditam na versão atribuída a Sinhô Pereira, segundo a qual Virgulino teria usado o clarão de um disparo para encontrar um cigarro que um colega havia deixado cair no chão.
O cangaço não tinha um líder de destaque desde 1914, quando Antônio Silvino foi preso após um combate com a polícia. Só a partir de 1922, após assumir o bando de Sinhô Pereira, Virgulino se tornaria o líder máximo dos cangaceiros. Exímio estrategista, Lampião distinguiu-se pela valentia nas pelejas com a polícia, como em 1927, em Riacho de Sangue, durante um embate com os homens liderados pelo major cearense Moisés Figueiredo. Os 50 homens de Lampião foram cercados por 400 policiais. O tiroteio corria solto e a vitória da polícia era iminente. Lampião ordenou o cessar-fogo e o silêncio sepulcral de seu bando. A polícia caiu na armadilha. Avançou e, ao chegar perto, foi recebida com fogo cerrado. Surpreendidos, os soldados bateram em retirada.
A capacidade de despistar os perseguidores lhe valeu a fama de possuir poderes sobrenaturais e, após escapar de inúmeras emboscadas, de ter o corpo fechado. No mesmo mês da tocaia de Riacho de Sangue, Lampião e seu bando caíram em nova emboscada. Um traidor ofereceu-lhes um jantar envenenado, numa casa cercada por policiais. Quando os primeiros cangaceiros começaram a passar mal, Virgulino se deu conta da tramóia e tentou fugir, mas viu-se acuado por um incêndio proposital na mata. O que era para ser uma arapuca terminou por salvar a pele dos cangaceiros: desapareceram na fumaça, como por encanto.
Mas o maior trunfo de Lampião foi o de cultivar uma grande rede de coiteiros. Isso garantiu a longevidade de sua carreira e a extensão de seu domínio. A atuação de seu bando estendeu-se por Alagoas, Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Lampião chegou a comandar um exército nômade de mais de 100 homens, quase sempre distribuídos em subgrupos, o que dava mobilidade e dificultava a ação da polícia. Em 1926, em tom de desafio e zombaria, chegou a enviar uma carta ao governador de Pernambuco, Júlio de Melo, propondo a divisão do estado em duas partes. Júlio de Melo que se contentasse com uma. Lampião, autoproclamado “Governador do Sertão”, mandaria na outra.
Há divergências – e discussões apaixonadas – em torno da figura histórica de Virgulino. Ele comandava sessões de estupro coletivo ou, ao contrário, punia indivíduos do bando que violentavam mulheres? Castrava inimigos, como faziam outros tantos envolvidos no cangaço? Há controvérsias. “Lampião não era um demônio nem um herói. Era um cangaceiro. Muitas das crueldades imputadas a ele foram praticadas por indivíduos de outros bandos. Entrevistei vários ex-cangaceiros e nenhum me confirmou histórias a respeito de estupros e castrações executadas pessoalmente por Lampião”, diz o pesquisador Amaury Corrêa de Araújo, autor de sete livros sobre o cangaço.
As narrativas de velhos cangaceiros contrapõem-se à versão publicada pelos jornais da época, que geralmente tinham a polícia como principal fonte. Com tantas histórias e estórias a cercar a figura de Lampião, torna-se difícil separar o homem da lenda. “Acho que está justamente aí, nessa multiplicidade de olhares e versões, a grande força do personagem que ele foi. É isso que nos ajuda inclusive a entender sua dimensão como mito”, explica a historiadora francesa Élise Grunspan-Jasmin, autora de Lampião: Senhor do Sertão (Edusp).
“Lampião VP”
Um livro recentemente lançado na França promete aumentar a temperatura dessa discussão. Assinado pelo escritor Jack de Witte, Lampião VP, ainda sem editora no Brasil, compara a trajetória do Rei do Cangaço com a do traficante carioca Marcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, protagonista do livro-reportagem Abusado, best-seller do jornalista Caco Barcelos. “O que produz a violência das favelas? A miséria, a injustiça social, a polícia e os políticos corruptos. As mesmas causas produzem os mesmos efeitos”, diz De Witte. O historiador e professor titular da Unicamp Jayme Pinsky adverte: “É um tanto simplista comparar cangaceiros e traficantes. Corre-se o risco de cometer o pecado historiográfico do anacronismo”. Leia-se: analisar um momento histórico com base em conceitos e idéias de outro.
Já foi moeda corrente entre os especialistas interpretar o “Rei do Cangaço” como um “bandido social”, expressão criada pelo historiador inglês Eric Hobsbawm para definir os fora-da-lei que surgiam nas sociedades agrárias em transição para o capitalismo. Em Bandidos (Forense Universitário), de 1975, Hobsbawn cita Lampião, Robin Hood e Jesse James como exemplos de nobres salteadores, vingadores ousados, defensores dos oprimidos.
A imagem revolucionária começou a se desenhar em 1935, quando a Aliança Nacional Libertadora citou Virgulino como um de seus inspiradores políticos. A tese foi reforçada em 1963 com o lançamento de um clássico sobre o tema, Cangaceiros e Fanáticos, no qual o autor, Rui Facó, justifica a violência física do cangaço como uma resposta à violência social. Na mesma época, o deputado federal Francisco Julião, representante das Ligas Camponesas e militante político pela reforma agrária, declarava que Lampião era “o primeiro homem do Nordeste a batalhar contra o latifúndio e a arbitrariedade”.
“Lampião não era um revolucionário. Sua vontade não era agir sobre o mundo para lhe impor mais justiça, mas usar o mundo em seu proveito”, afirma a também a historiadora Grunspan-Jasmin, fazendo coro a um dos maiores especialistas do cangaço da atualidade, Frederico Pernambucano de Mello. Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e autor de Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Mello diz que o cangaceiro e o coronel não eram rivais. Os coronéis ofereciam armas e proteção aos cangaceiros, que, em troca, forneciam serviço de milícia. Dois dos maiores coiteiros de Lampião foram homens poderosos: o coronel baiano Petronilo de Alcântara Reis e o capitão do Exército Eronildes de Carvalho, que viria a ser governador de Alagoas. “Aprecio de preferência as classes conservadoras: agricultores, fazendeiros, comerciantes”, disse Virgulino em uma entrevista de 1926.
Marqueteiro da caatinga
A idéia de que Lampião fosse um vingador também é contestada por Mello. Ele argumenta que, em quase 20 anos de cangaço, Lampião nunca teria se esforçado para se vingar de Lucena e Saturnino, o policial e o antigo vizinho responsáveis pelo assassinato de seu pai. De acordo com um dos homens de Virgulino, Miguel Feitosa, o Medalha, Saturnino chegara a mandar um uniforme e um corte de tecido com o objetivo de selar a paz entre eles. Um portador teria agradecido por Lampião. O mesmo Medalha dizia que o ex-soldado Pedro Barbosa da Cruz propôs matar Lucena por dinheiro. “Deixe disso, essas são questões velhas”, teria respondido Lampião. Segundo o autor de Guerreiros do Sol, os cangaceiros usavam o discurso de vinganças pessoais e gestos de caridade como “escudos éticos” para os atos de banditismo.
Apesar da vida árdua, quem entrava no cangaço dificilmente conseguia (ou queria) sair dele. Havia um notório orgulho de pertencer aos bandos, revelado também na indumentária dos cangaceiros. O excesso de adereços, os enfeites nos chapéus, os bordados coloridos foram típicos dos momentos finais do cangaço. Lampião era um homem bem preocupado com sua imagem pública, o que colaborou para que permanecesse na memória nacional. O Rei do Cangaço também era o rei do marketing pessoal. Assim como adorava aparecer em jornais e revistas, deixando-se inclusive fotografar e até filmar, fazia de seu traje de guerreiro uma ostensiva e vaidosa marca registrada. “Nisso, talvez apenas o cavaleiro medieval europeu ou o samurai oriental possa rivalizar com o nosso capitão do cangaço”, escreveu Pernambucano de Mello.
A antropóloga Luitgarde Barros enxerga aí um outro ponto em comum com a bandidagem atual: “Os traficantes também gostam de ostentar sua condição de bandidos e possuem um código visual característico, composto por capuzes e tatuagens de caveiras espalhadas pelo corpo”. A violência policial é outro aspecto que aproxima o universo de Lampião do mundo do tráfico. Como ocorre hoje nas favelas dominadas pelo crime organizado, a truculência dos bandoleiros sertanejos só encontrava equivalência na brutalidade das volantes – as forças policiais cujos soldados eram apelidados pelos cangaceiros de “macacos”. Nos tempos áureos do cangaço, não havia grandes diferenças entre a ação de bandidos e soldados. Não raro, eles se trajavam do mesmo modo – o que chegava a provocar confusões – e uns se bandeavam para o lado dos outros. Cangaceiros como Clementino José Furtado, o Quelé, abandonaram o grupo e foram cerrar fileiras em meio às volantes. O bandido Mormaço fez o movimento contrário. Havia sido corneteiro da polícia antes de aderir a Lampião.
Como é comum à história da maioria dos criminosos, uma morte trágica e violenta marcou o fim dos dias de Virgulino. Traído por um de seus coiteiros de confiança, Pedro de Cândida, que foi torturado pela polícia para denunciar o paradeiro do bando, Lampião acabou surpreendido em seu esconderijo na Grota do Angico, Sergipe, em 28 de julho de 1938. Depois de uma batalha de apenas 15 minutos contra as tropas do tenente José Bezerra, 11 cangaceiros tombaram no campo de batalha. Todos eles tiveram os corpos degolados pela polícia, inclusive Lampião e Maria Bonita. Durante mais de 30 anos, as cabeças dos dois permaneceram insepultas. Em 1969, elas ainda estavam no museu Nina Rodrigues, na Bahia, quando foram finalmente enterradas, a pedido de familiares do casal mais mitológico – e temido – do cangaço.

A saga de Lampião na caatinga
1898 – Virgulino Ferreira da Silva nasce em 4 de junho, na comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, Pernambuco. É o terceiro dos nove filhos de José Ferreira e Maria Lopes.
1915 – Começa a briga entre a família Ferreira e a do vizinho José Saturnino.
1920 – José Ferreira é morto. Virgulino e três irmãos (Ezequiel, Levino e Antônio) entram para o cangaço. Durante um tiroteio em Piancó (PB), ele é ferido no ombro e na virilha: são as primeiras cicatrizes de uma série que colecionará na vida.
1922 – Sinhô Pereira abandona o cangaço e Lampião assume o lugar do chefe. A primeira grande façanha é um assalto à casa da baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas.
1924 – Toma um tiro no pé direito, em Serra do Catolé, município de Belmonte (PE).
1925 – Fica cego do olho direito e passa a usar óculos para disfarçar o problema.
1926 – Visita Padre Cícero no Ceará e recebe a patente de capitão do “batalhão patriótico”, encarregado de combater a Coluna Prestes. Em Itacuruba (PE) é ferido à bala na omoplata.
1927 – Ataque do bando a Mossoró (RN). A cidade resiste. É uma das maiores derrotas de sua carreira.
1928 – A ação da polícia de Pernambuco faz com que atravesse o rio São Francisco e passe a agir preferencialmente na Bahia e em Sergipe.
1929 – Primeiro encontro com Maria Bonita, na fazenda do pai dela, em Malhada do Caiçara (BA).
1930 – Maria Bonita torna-se sua mulher e ingressa no bando. O governo da Bahia oferece uma recompensa de 50 contos de réis para quem o entregar vivo ou morto. Em Sergipe, é baleado no quadril.
1932 – Nasce Expedita, sua filha com Maria Bonita.
1934 – Eronildes Carvalho, capitão do Exército e coiteiro de Lampião, é nomeado governador de Sergipe.
1936 – O libanês Benjamin Abraão, ex-secretário de Padre Cícero, convence Virgulino a se deixar filmar no documentário Lampeão. O filme é recolhido pelo Estado Novo.
1938 – Em 28 de julho, o bando é cercado em Angico (SE). Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros são assassinados.

Artimanhas do cangaço
As estratégias e técnicas para despistar os inimigos
Embora seja inadequado referir-se aos cangaceiros como guerrilheiros – eles não tinham nenhum propósito político –, é inegável que lançaram mão de táticas típicas da guerrilha. Habituados a viver na caatinga, não eram presa fácil para a polícia, especialmente para as unidades deslocadas das cidades com a missão de combatê-los no sertão. Uma das maiores dificuldades de enfrentá-los era a de que preferiam ataques rápidos e ferozes, que surpreendiam o adversário. Também não tinham qualquer cerimônia em fugir quando se viam acuados. Houve quem confundisse isso com covardia. Era estratégia cangaceira.
Tropa de elite
Os bandos eram sempre pequenos, de no máximo 10 a 15 homens. Isso garantia a mobilidade necessária para a realização de ataques-surpresa e para bater em retirada em situações de perigo.
Calada da noite
Em vez de se deslocar a cavalo por estradas e trilhas conhecidas da polícia, percorriam longas distâncias a pé em meio à caatinga, de preferência à noite. Para evitar que novas vias de acesso ao sertão fossem abertas, assassinavam trabalhadores nas obras de rodovias e ferrovias.
Os apetrechos
Todos os pertences do cangaceiro eram levados pendurados pelo corpo. Como não se podia carregar muita bagagem, dinheiro e comida eram colocados em potes enterrados no chão, para serem recuperados mais tarde.
Raposas do deserto
Cangaceiros eram mestres em esconder rastros. Alguns truques: usar as sandálias ao contrário nos pés. Pelas pegadas, a polícia achava que eles iam na direção contrária (detalhe); andar em fila indiana, de costas, pisando sobre as mesmas pegadas, apagadas com folhagens; pular sobre um lajedo, dando a impressão de sumir no ar.
Peso morto
Com exceção de seqüestrados, quase nunca faziam prisioneiros em combate, pois isso dificultaria a capacidade de se mover com rapidez. Também não mantinham colegas feridos ou com dificuldade de locomoção.
Seu mestre mandou
Para resolver discórdias internas no bando, Lampião sempre planejava um grande ataque. Todos os membros do grupo se uniam contra o inimigo e deixavam de lado as divergências entre si.
Os infiltrados
Quem dava abrigo e esconderijo aos cangaceiros era chamado de coiteiro e agia em troca de dinheiro, de proteção armada ou mesmo por medo. Coiteiros que traíam a confiança eram mortos para servirem de exemplo.
Rota de fuga
As principais áreas de ação do cangaço eram próximas às fronteiras estaduais. Em caso de perseguição, eles podiam cruzá-las para ficar a salvo do ataque da polícia local.
Fogo amigo e inimigo
Durante os combates, havia uma regra fundamental: em caso de retirada, nunca deixar armas para o inimigo; nas vitórias, apoderar-se do arsenal dele.

Deus e diabo na terra do sol
A noite em que Padre Cícero conversou com Lampião
Ali estavam, frente a frente, pela primeira e única vez, Lampião e Padre Cícero, os dois maiores mitos de toda a história nordestina. Uma terceira figura mitológica era indiretamente responsável por aquele encontro inusitado: Luís Carlos Prestes, o comandante da Coluna Prestes, movimento militar guerrilheiro que desde o ano anterior serpenteava pelo interior do país, enfrentando as tropas do presidente Artur Bernardes. Quando a marcha da coluna revolucionária rumou para o Nordeste, o governo federal não teve dúvidas: convocou os chefes políticos locais para formarem exércitos próprios e combater os rebeldes. No livro O General Góes Depõe, da década de 1950, o próprio general Góes Monteiro, chefe do Estado-Maior das operações contra a Coluna, assume que partiu dele a idéia de convocar jagunços e cangaceiros para fazer frente ao avanço de Prestes. No Ceará, coube ao deputado Floro Bartolomeu, médico e aliado político do Padre Cícero, fazer o convite oficial ao bando de Lampião para se engajar no “Batalhão Patriótico”. Em fevereiro de 1926, Padre Cícero ainda tentou uma solução pacífica. Enviou aos revolucionários uma carta em que os incitava a depor armas. Em troca, prometia-lhes abrigo em Juazeiro do Norte (CE), onde teriam garantias legais de que seriam submetidos a um tratamento justo. De acordo com o relato de Lourenço Moreira Lima, secretário da Coluna revolucionária, a mensagem foi recebida. “Tivemos a oportunidade de ler essa carta, escrita com uma grande ingenuidade, mas da qual ressaltava o desejo íntimo e sincero do padre no sentido de conseguir fazer a paz”, escreveu Moreira Lima em seu diário de campanha, publicado em 1934. O pedido, como se sabe, foi ignorado. Quando Lampião chegou no dia 4 de março à cidade de Juazeiro do Norte, atendendo ao chamado de Floro, este não se encontrava mais por lá. Doente, o deputado federal viajara para o Rio de Janeiro, onde acabaria morrendo. Padre Cícero se viu então com um problema nas mãos: recepcionar o famoso bandido e seus cabras na cidade e, mais ainda, cumprir o que havia sido combinado entre Lampião e o deputado, com a devida aprovação do governo federal: o cangaceiro deveria receber dinheiro, armas e a patente de capitão do “Batalhão Patriótico”. Lampião e outros 49 cangaceiros ocuparam uma casa próxima à fazenda de Floro, nas imediações da cidade, e, em seguida, alojaram-se em Juazeiro do Norte, no sobrado onde residia João Mendes de Oliveira, conhecido poeta popular da região. Foi lá que, da janela, Virgulino atirou moedas ao povo e onde, durante a madrugada, Padre Cícero encontrou o bando. Os bandidos, ajoelhados em deferência ao sacerdote, teriam ouvido o padre tentar convencer seu líder a largar o cangaço logo após voltasse da campanha contra Prestes. Mandou-se então chamar o único funcionário federal disponível na cidade, o agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa, para redigir um documento que, supostamente, garantiria salvo-conduto ao bando pelos sertões e, principalmente, concedia a prometida patente. O papel, como Lampião viria a descobrir tão logo saiu da cidade, não tinha qualquer valor legal, o que não o impediu de assinar, daí por diante, “Capitão Virgulino”. Ciente da desfeita, o cangaceiro não se preocupou mais em dar combate à Coluna Prestes. Já obtivera dinheiro e armas em número suficiente para seguir seu caminho de bandoleiro, agora ostentando orgulhoso a falsa patente militar. Mais tarde, o agrônomo Uchoa justificou seu papel no episódio: diante de Lampião, assinaria qualquer coisa. “Até a destituição do presidente da República”, disse.
Bonnie e Clyde do sertão
O amor de Maria Bonita e Lampião provocou uma revolução no cotidiano dos cangaceiros
Uma sertaneja amoleceu o coração de pedra do Rei do Cangaço. Foi Maria Gomes de Oliveira, a Maria Déa, também conhecida como Maria Bonita. Separada do antigo marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, foi a primeira mulher a entrar no cangaço. Antes dela, outros bandoleiros chegaram a ter mulher e filhos, mas nenhuma esposa até então havia ousado seguir o companheiro na vida errante no meio da caatinga. O primeiro encontro entre os dois foi em 1929, em Malhada de Caiçara (BA), na casa dos pais de Maria, então com 17 anos e sobrinha de um coiteiro de Virgulino. No ano seguinte, a moça largou a família e aderiu ao cangaço, para viver ao lado do homem amado. Quando soube da notícia, o velho mestre de Lampião, Sinhô Pereira, estranhou. Ele nunca permitira a presença de mulheres no bando. Imaginava que elas só trariam a discórdia e o ciúme entre seus “cabras”. Mas, depois da chegada de Maria Déa, em 1930, muitos outros cangaceiros seguiram o exemplo do chefe. Mulher cangaceira não cozinhava, não lavava roupa e, como ninguém no cangaço possuía casa, também não tinha outras obrigações domésticas. No acampamento, cozinhar e lavar era tarefa reservada aos homens. Elas também só faziam amor, não faziam a guerra: à exceção de Sila, mulher do cangaceiro Zé Sereno, não participavam dos combates – e com Maria Bonita não foi diferente. O papel que lhes cabia era o de fazer companhia a seus homens. Os filhos que iam nascendo eram entregues para ser criados por coiteiros. Lampião e Maria tiveram uma filha, Expedita, nascida em 1932. Dois anos antes, aquele que seria o primogênito do casal nascera morto, em 1930. Entre os casais, a infidelidade era punida dentro da noção de honra da caatinga: o cangaceiro Zé Baiano matou a mulher, Lídia, a golpes de cacete, quando descobriu que ela o traíra com o colega Bem-Te-Vi. Outro companheiro de bando, Moita Brava, pegou a companheira Lili em amores com o cabra Pó Corante. Assassinou-a com seis tiros à queima-roupa. A chegada das mulheres coincidiu com o período de decadência do cangaço. Desde que passou a ter Maria Bonita a seu lado, Lampião alterou a vida de eterno nômade por momentos cada vez mais alongados de repouso, especialmente em Sergipe. A influência de Maria Déa sobre o cangaceiro era visível. “Lampião mostrava-se bem mudado. Sua agressividade se diluía nos braços de Maria Déa”, afirma o pesquisador Pernambucano de Mello. Foi em um desses momentos de pausa e idílio no sertão sergipano que o Rei do Cangaço acabou sendo surpreendido e morto, na Grota do Angico, em 1938, depois da batalha contra as tropas do tenente José Bezerra. Conta-se que, quando lhe deceparam a cabeça, a mais célebre de todas as cangaceiras estava ferida, mas ainda viva.
Saiba mais
LIVROS
Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Frederico Pernambucano de Mello, Massangana/Girafa, 2004
Um dos melhores estudos sobre cangaço, desmitifica a idéia de Lampião como um “bandido social”.
Lampião: Senhor do Sertão, Élise Grunspan-Jasmin, Edusp, 2006
Compara as várias versões a respeito da vida de Virgulino Ferreira e analisa a permanência do mito Lampião.
A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, Mauad, 2007
Analisa a violência que cercou o cangaço e Lampião.
Lampião: O Rei dos Cangaceiros, Billy Jaynes Chandler, Paz e Terra, 2003
Biografia de Virgulino Ferreira, baseada em jornais da época.

FONTE: AVENTURAS NA HISTÓRIA

CINEMA E CANGAÇO NA TERRA DO SOL. (CLIQUE AQUI)

117 comentários em “LAMPIÃO: HERÓI OU BANDIDO?”

  1. Sempre tive curiosidade em saber um pouco mais da história de Lampião e após ler aventuras na história, tirei todas as minhas dúvidas e matei a minha curiosidade. Realmente vocês são maravilhosos e dominam o que escrevem, parabéns.

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  2. sempre tive a curiosidade de saber a historia sobre a vida de lampião e maria bonita a minha avó materna tem dois bonecos na sua estante nos duas somos fisuradas pela historia de lampião e me encantei muito!!!!!
    parabens e continuem ominando o poder da escrita e pricipalmente empregando-a em historias como as de lampião!!!!!
    eu adorei o site e gostei tb porque a historia foi muito bem contada
    bjsssss

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  3. Só keria agadecer a ajudinha q deram pra o meu seminário. Vou fazer sobre o Lampião e ainda estava meio dividida quanto à sua índole. Mas pra mim, ele foi e sempre um marco da história cearense que, independente de seu caráter, deve ser sempre lembrado. =)

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  4. Parabéns pelo belo texto. Cheguei a me sentir como Maria Bonita dentro do bando, seguindo essa vida nômade ao lado do homem amado.

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  5. Salve, salve!!
    Sou professora de história, e sempre busco um novo enfoque sobre temas polêmicos, vou dar uma aula inaugural, sobre o cangaço, mas é comum situar as figuras do cangaço como revolucionários ou heróis, esse texto, mostra as duas faces, assim é legal, porque o aluno não fica bitolado.

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  6. MUITO LEGAL A HISTORIA QUE CONTA, MAS AINDA NÃO DA PARA ACREDITAR EM ALGUMAS COISAS. POR É UMA ESCRITURA HUMANISTA, ONDE SE DESEMPENHAM ATRAVES DE HISTORIAS LIVRO.
    GOSTARIA DE SABER MAIS SOBRE A HISTORIA DO GANCACEIRO MARTINHO.
    BJS

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  7. Para mim ele foi um herói. Na época e até hoje o povo brasileiro tem povor ao comunismo. O papel da Coluna Prestes era justamente implantar o comunismo aqui. Convocaram Lampião para combatê-los, e ele se apresentou. Os que merecem arder no Inferno, é o “padim Ciço” e sua corriola de falsários. Ainda bem que o Vaticano excomungou o dito padre e ainda lhe tirou o direito de exercer o sacerdócio. E ainda tem uns “capuchas” fanáticos querendo que o Vaticano beatifique o dito cujo. Logo, logo vai virar santo.

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  8. Óla,sou uma criança,tenho 08 anos de idade,gostei muito dessa história de Lampião queria agradecer a quem teve o esforço deperder o tempo fazendo o reato todo da história de Lampião,por que isso ajuda muito as pessoas nas atividades de casa que as Professoras botam para as crianças fazer em casa e etc…

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  9. Amigo Lira Neto:
    Parabenizo-lhe pelo excelente artigo, e gostaria de usar as suas páginas para levar a minha discordância (não sobre o seu artigo), em relação as dúvidas sobre a morte de Lampião.
    Sendo eu um principiante da literatura lampiônica, até hoje não entendi o motivo pelo o qual alguns escritores e pesquisadores tentam manipular leitores sobre a não acontecida morte de Lampião na grota de Angicos, afirmando que houve uma farsa: os policiais colocaram no lugar de Lampião, a cabeça de um sósia, cuja, teria sido a do fazendeiro Lampião de Buritis. Que coincidência, hein?! O Lampião de Buritis morreu no mesmo dia da chacina de Angicos, e os seus familiares permitiram que decepassem a sua cabeça para colocá-la no lugar da cabeça de Lampião verdadeiro. Não tem fundamento uma história dessa.
    Eu não sei se o escritor já viu as duas fotos das supostas cabeças do dois Lampião no blog do escritor Leandro Cardoso (lembrando que ele em nenhum momento diz que Lampião não morreu naquela chacina. Apenas escreveu o artigo).
    Sem precisar de se fazer uma análise e estudo sobre elas, ver-se no primeiro olhar que nada tem a ver uma com a outra. 1 – O Lampião verdadeiro tem a pele e formato ainda jovem. O Lampião de Buritis além da pele estragada, aparentemente tinha 80 anos, no mínimo, na época. 2 – A boca de Lampião verdadeiro é miúda. A boca de Lampião de Buritis é enorme. 3 – As orelhas de Lampião verdadeiro são pequenas. As de Lampião de Buritis são enormes. 4 – Lampião verdadeiro não apresenta sinais que os cabelos haviam caído. Lampião de Buritis aparenta ser calvo. 5 – O nariz de Lampião verdadeiro, ver-se que era afilado. O nariz de Lampião de Buritis era meio grosso. 6 – O queixo de Lampião verdadeiro tem certo formato do queixo de Lampião de Buritis. Mas esta aparência, é devido a cabeça de Lampião, estar, não sei, sobre uma mesa, um colchão, ou outra coisa parecida, e fez com que o seu próprio peso arriasse um pouco, dando um ligeiro formato do queixo de Lampião de Buritis.
    O escritor e pesquisador do cangaço: Alcindo Alves Costa, diz em um dos seus artigos: (OS 70 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO – publicado em 18/06/2008), que no livro “LAMPIÃO E ZÉ SATURNINO – 16 ANOS DE LUTA”, escrito por José Alves Sobrinho, que era sobrinho em segundo grau de José Saturnino, o inimigo número 1 de Lampião, diz que o rei não morreu em Angico, e sim, aos 83 anos de idade, na fazenda Ouro Preto, em Tocantinópolis, Goiás.
    E diz ainda o escritor que um senhor chamado Jaques Cerqueira, subeditor do Viver do Jornal Diário de Pernambuco, é o autor de um artigo intitulado “A outra morte de Lampião”, que saiu no jornal Página Certa, da nossa Mossoró, afirmando que Lampião não morreu em Angico, e sim em setembro de 1981, na fazenda Ouro Preto, em Tocantinópolis, Goiás.
    Ainda segundo Alcindo, José Alves afirma: “O Capitão Virgulino tinha o olho esquerdo com pálpebra arriada, e não o olho direito fechado como o da cabeça decepada pela polícia e mostrada no “Museu Nina Rodrigues”.
    O escritor ainda faz uma interrogação: “-Lampião morreu em Angico?” E ele mesmo responde: “-Acredito que sim. Mas, me pergunto – continua ele, por que os estudiosos, os historiadores, os pesquisadores, enfim, a sociedade brasileira não aceita sob hipótese alguma desfazer as terríveis mentiras que foram plantadas naquele pedacinho histórico de sertão? E se Lampião não morreu em Angico, como é que fica a história?” Finda o escritor.
    Eu como estudante do cangaço, não tenho a menor dúvida. Pela foto da cabeça, Lampião morreu na chacina de Angicos de 1938. PAPÉIS E GRAVAÇÕES CABEM TUDO. VERDADES E MENTIRAS.
    Respeitando o ilustre escritor José Alves Sobrinho. Mas tenho que dizer a minha verdade e repúdio sobre a não acontecida morte de Lampião: O escritor fez esta história no intuito de lucros e mais lucros.
    Também não entendo o porquê de não terem feito o DNA, pois acredito que material para exame existe. O que falta é o interesse da comprovação real sobre os dois Lampião.
    Gostaria de dizer ao nobre escritor Lira Neto, que muito embora pareça, isto não é uma crítica, apenas minha análise e opinião.
    José Mendes Pereira – Mossoró – Rio Grandfe do Norte.

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  10. Cumprimento o autor pelo trabalho, principalmente pelo poder de síntese apresentado, fazendo apenas um breve reparo: o nome do intendente sergipano nos idos de Lampião é Eronides de Carvalho, e não Eronildes de Carvalho. Mais, que ele governou o estado de Sergipe, e não o de Alagoas.
    Um abraço, Antonio CS

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  11. O ideal seria não termos que elaborar teses de Mestrado ou Doutorado a respeito da gênese, da natureza, do elemento subjacente no contexto do crime de morte, crime do colarinho branco, miséria, corrupção moral, guerras, genocídio, injustiça, diferenças sociais, analfabetismo, arrogância, ignorância de toda sorte, concentração de riqueza, ganância, mentira. No entanto, como sabemos, não vivemos num mundo de conto de fadas. A história da humanidade tem sido escrita com sangue e maldade desde seus primórdios, produto de vários fatores, subjacente aí aquilo que eu chamaria de natureza humana. O ser humano é uma faca de dois gumes, uma moeda de dois lados, duas faces. Tem o seu lado positivo, e seu aspecto negativo, e espero que, com o suceder dos séculos, a espécie humana chegue mais perto dos anjos, e fique mais longe dos demônios, para usar metáforas do linguajar religioso. Abraços a quem estiver lendo esse meu comentário. IRAQUE

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  12. Amigo Lira Neto:

    Não querendo corrigir o seu excelente trabalho, pois foi muito bem cuidado e elaborado, o amigo não fique chateado, mas a foto que aparece no início do texto, me parece que não é Lampião, e sim, Luiz Pedro, Nenem do Ouro e Maria Bonita.
    Mais uma vez eu te peço que não leve como correção crítica, pois eu não sou pesquisador, apenas um estudante do cangaço. Por essa razão, se eu aprendi que é Luiz Pedro, no caso não sendo, me perdoe.

    José Mendes Pereira – Mossoró-Rn.

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  13. BOA NOITE; CONHECIMENTO E TUDO PARABÉNS A VCS ; CASO TENHA ALGO QUE FALE DE TENENTE JOSR JOAQUIM GRANDE OU FOTOS GOSTARIA QUE ME ENVIA -SE ARTIGOS ….
    AGREDECIDO DESDE JA.
    WAGNER

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  14. Lampião. Herói ou bandido? Infelizmente muito da história deste país foi escrita com grandes pitadas de fantasia, como já incessantemente provado.
    Quem não conhece pelo menos uma história de personalidades brasileiras em que se tem dúvida da autenticidade? Vejamos: Dom Pedro I, Tiradentes, Pedro Alvares Cabral, etc… . Meus amigos, a lista é longa. Agora vem á tona mais um mito. Lampeão foi herói ou bandido? Há quem defenda as duas vertentes com suas “provas” incontestáveis. A verdade ? Dificilmente saberemos emquanto nossa história for tratada como artigo de segunda linha.
    Devemos implementar mais pesquisas e discussões sobre o tema e REALMENTE procurar a verdade histórica escondida por detrás de cada personalidade ou fato “histórico”.

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  15. sempre gostei das historias de lanpiaãi e seus cangaço .meu tio era soldado de alagoas na epocas ja chegou a perseguilo e comtava historias muitos imteresantes a respeito

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  16. NUNCA ENTENDI QUANDO EU LIA SOBRE LAMPIÃO QUE ELE ESTRUPAVA AS MULHERES,POIS DIZIAM QUE ELE CONDENAVAM QUEM FAZIA ISSO,ENFIM QUEM TEM RAZÃO

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  17. A quem interessar, seguem excelentes livros(alguns raros ou raríssimos) sobre o Cangaço e seu mais expoente líder, Lampião:

    Serrote Preto – Lampião e seus Sequazes – Rodrigues de Carvalho
    Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado (6 volumes) – Frederico Bezerra Maciel
    As Táticas de Guerra dos Cangaceiros – Chistina Matta Machado
    O Bacamarte dos Mourões – Nertan Macêdo

    Espero ter ajudado.

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  18. para mim ele sempre será o justiceiro dos nordestinos e por isso deve ser lembrado por tudo o que fez! kisses, i love you all.

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  19. o irmão do meu bisavo foi cangaceiro do lampião e eu acho o lampião um robin hood ele roubava dos ricos ficava com uma parte e dava aos pobres

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  20. OK, eu, sou Maria Albertina da Silva, Natural da Cidade de Pereiro no Ceará. Hoje, estive visitando uma tia minha na Cidade de maossoró e fiquei informada que o meu avô, pai da mesma e pae de minha mãe foi um dos combates herois do bando deLlAMPIÃO. Fiquei muito interessada nesta história. Pois até então não sabia que eu era neta de um Herói que enfrentou o Rei do Cangaço na Cidade de MOSSORÓ-RN A gora vou fazer o artigo no final da minha Faculdade com mais essa história de vida de um homem pobre, humilde e se tornou herói dos mossoroensses. Para mim foi um grande orhgulho ter um herói no céu que defendeu uma pátria.
    Fiquei muito feliz ainda quando vi a MEDALHA DO MÉRITO em horanra ao meu avô José Gonçalves de Oliveira, conhecido por (José Grosso)o Paede minha mãe Terezinha Gonçalves de oLIVEIRA, HOJE ELA TEM 84 ANOS.Homenagem esta, pela Prefeita de Mossró, Fafá Rosado.
    Obrigada pela bela homenagem.
    Atenciosamente Albertina.

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  21. OK, eu, sou Maria Albertina da Silva, Natural da Cidade de Pereiro no Ceará. Hoje, estive visitando uma tia, na Cidade de maossoró-RN e fiquei informada que o meu avô, o pai da mesma e também pai de minha mãe, foi um dos combatentes heróis do bando de LAMPIÃO. Fiquei muito interessada nesta história.

    Pois até então, não sabia que eu era neta de um Herói. Que enfrentou o Rei do Cangaço na Cidade de MOSSORÓ-RN. A gora vou fazer o artigo no final da minha Faculdade com mais essa linda história de vida de um homem pobre, humilde e se tornou herói dos mossoroensses.

    Para mim foi um grande orgulho ter um herói no céu que defendeu uma PÁTRIA.
    Fiquei muito feliz ainda, quando vi a MEDALHA DO MÉRITO em honra ao meu avô ; José Gonçalves de Oliveira, conhecido por (José Grosso)
    o PaI de minha mãe: Terezinha Gonçalves de OLIVEIRA,

    Hoje, ela está com seus 80 anos e vive na cadeira de rodas e não sabia que seu pai foi homanegeado por ter sido o Rerói que defendeu seus mossoroenses. E ela nasceu no mesmo dia em que o Rei do Cangaço ia atacar a Cidade de Mossoró.

    Homenagem esta, pela Prefeita de Mossró, Fafá Rosado.
    Obrigada pela bela homenagem.
    Atenciosamente Albertina.

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  22. ooooooooooooooooooooooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiioioioiopoioioioio booooooooooooooooooooooooooooooioiiiiiiiiiiblzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzbbbbbbbbbbbbbbbbbbblllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll

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  23. tou dormindo zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzz z zzzzzzzzzzzzzzzzzz zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

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  24. fiquei boquiabrto com a historia de lanpiao,mais conhecido como cap.virgulino,por ser sergipano nao comhhecia bem a estoria do cangaço

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  25. EXCELENTE TRABALHO Sr° LIRA NETO!
    ATARVÉS DESSA HISTÓRIA,PODEMOS VIAJAR UM POUCO NO PASSADO E CONHECER MAIS A NOSSA CULTURA NORDESTINA.

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  26. GOSTEI DO TRABALHO FEITO NESSE BLOG , MAIS NA REAL BANDIDO E BANDIDO NAO HEROI .ESSE FDP COM ESSE BANDO ETC. NAO TINHA O PODER DE SAIR MATANDO TUDO E TODOS , ATE PORQUE O NORDESTE NAO TINHA NADA AVER COM A VIDA PARTICULAR DESSE BANDIDO, QUE SAIO FASENDO DISGRASSA POR ESSE SERTAO NORDESTINO .FALA SERIO ESSE BANDO ERAM FILHOS DO DIABO ISSO SIM, VIVERAM ATE DEMAIS SE FOSSE NOS TEMPOS DE NAO VIVERIAM MUITOS DIAS NAO ESSES HEROIS DE ARAK FILHOS DO CAO DE UMA EGUA MAIS E GUA DO MUNDO ANIMAES.AI ATE DA RAIVA DE LER ESSA PORRA XAU

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  27. Fábio mendonça

    gostaria que falase também da volante pois meu avô participou da historia de lampião o nome dele era João costa do nascimento (riacho-seco distrito de curaça bahia) teve grandes combate com os gangaçeiros

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  28. Herói ou Bandido?
    É dificil saber. Ele era herói , aos que ajudavam do seu jeito torto de fazer justiça, os desafortunados, oprimidos e esquecidos pelas autoridades governamentais.
    Era bandido para os que sofriam em suas mãos e, de certa forma, injustiçados. era odiado pelos ricos fazendeiros que viam nele a oposição de seus desmandos. Pela Volante, bandidos disfarçados em uniformes, pelo governo que não se importava com a miséria do sertão.
    De que lado ficar, bandido ou herói?
    Se levarmos em conta que a história do Brasil sempre foi mascarada pela elite, na versão dos poderosos e promulgada sempre na visão unilateral, nas poucas e fracas escolas, como é o exemplo de Zumbi, nunca foi contada a verdadeira historia e sim, que foi um escravo fujitivo que se revoltou contra o GOVERNO.
    CANUDOS, outra face da história que um louco se põe contra o “GOVERNO”.
    Tiradentes, outra história mal contada nas escolas, um revolucionário que se coloca contra o “GOVERNO”, o qual só é executado porque era pobre, porque seus companheiros ricos foram perdoados.
    diante deste contexto histórico do Brasil, confio em acreditar que LAMPIÃO foi mais herói que bandido.

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  29. Sou um cantor forrozeiro e em meu show tenho uma homenagem a esse grande mito chamado lampião . Tenho documentário em dvd , tenho o filme que a rede globo exibia e varias músicas de homenagem a Lampião de artistas como LUIZ GONZAGA,XANGAI,ALCYMAR MONTEIRO E OUTROS.
    Filho de Serra Talhada, Sertão Pernambucano, Lampião eternizou sua história . História essa que me da mais orgulho ainda de ser Pernambucano.
    ORGULHO DE SER NORDESTINO.

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  30. Sou pesquisador sobre o tema cangaço, e gostei do resumo sobre a vida de Virgulino. Devido ao que já tenho lido em mais de 20 livros que tenho sobre o tema, queria tomar a liberdade para fazer algumas observações, como por exemplo:

    – Quando Lampião entrou para o cangaço, o irmão do mesmo, Ezequiel (vulgo Ponto Fino), não o acompanhou, pois só foram Virgulinho, Livino e Antônio, posteriormente, Ezequiel entrou com seu cunhado Virgínio por volta de 1926.
    – A batalha mais importante da carreira de bantitismo de virgulino, foi o da “Serra Grande”, em 1927.
    – Nos grupos as mulheres não tinham a função guerreira e nem de cozinheira, mas lavar suas roupas, isso elas faziam sim. Como cada qual lavava as suas.
    – A função guerreira foi desempenhada em alguns casos somente pela Dadá, mulher de Corisco e não de Sila, mulher de Zé Sereno.

    Mas tirando essas observações, gostei da narrativa, está bem completa. Só uma coisa que eu não engulo nem à pau, é essa história mal contada da doença seguida de morte de Floro Bartolomeu no Rio de Janeiro, pois foi justamente quando ele tinha se comprometido, junto ao Padre Cícero de entregar a patente de “Capitão” à Lampião. Pra mim isso tá mais pra uma fuga, pois ele sabia bem que estava mexendo em caixa de maribondos, e resolveu dar no pé, pois Lampião não tolerava traição, e acabou deixando a brasa nas mãos do padre, sabendo que Lampião tinha um grande respeito pelo padre e não iria fazer nada. Mas o padre tb tem de sentar-se no banco dos réus, pois fez parte do plano p/ enganar uma fera daquela espécie, e assim aumentar sua frieza e crueldade, uma vez que sentiu-se traído pelo qual ele julgava ser um santo, como todo sertanejo da época.

    Ficarei muito agradecido se me respondessem.
    Abraços

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  31. Lampião também deixou páginas de bom humor na história do cangaço, algumas realmente hilariantes. Chegando em Queimadas, na Bahia, Lampião seguiu com seu bando para a delegacia e encontrando 7 soldados e 1 sargento, rendeu a todos e disse : “estão todos presos”. Soltou os 18 presos que haviam na delegacia e , realmente, prendeu nas celas os soldados mortos de medo.
    Só mesmo Lampião seria capaz de tal proeza. kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Geraldo Santiago
    Maceió-AL

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  32. Na foto acima, que inicia a matéria, não aparece Lampião. O cangaceiro que está na foto é Luiz Pedro, com sua mulher Nenem, sentada a sua direita, e Maria Bonita, em pé, a sua esquerda.
    Os cachorros são Ligeiro ( o branco) e Guarani ( o escuro).
    O cangaceiro ao fundo não dá prá identificar.

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  33. em queimadas ele fez uma chacina, e posso te garantir que ninguem lá acha essa historia engracada.Foram mortos covardimente, como a grande maioria das vitimas de lampiao. Cada preso (policia) era chamado e pedia-lhes para tirar a bota, quando iam assim fazer rebebiam um balaço na testa. e para garantir o obito, eram sangrados com um punhal por volta-seca.
    ´pergunta:vc ainda acha a historia engraçada.

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  34. Muito bom o comentário. Apenas um pequeno detalhe: o nome do tenente que comandou a tropa responsável pela morte dos cangaceiros na Grota de Angicos foi João Bezerra e não José Bezerra, como está no texto.

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  35. Foi muito importante o texto,sobre a historia de Lampeão
    Gostaria de conseguir detalhes sobre a historia do nosso mito Valentão Ricardo Constancio,assassinado pela policia maranhense no ano de 1936,quase no mesmo periodo de Lampeão Zezé Leão e outros.
    A morte dele um pouco diferente a tropa do Tenente Vitorino,sabendo da sua presença no Municipio de São José dos Matões,ao chegar convidaram para trocar suas montarias (uma forma de enganar)ele foi traido pelo seu padrinho Agostinho de Viveiros que não deixou ele atender o chamado do Tenente conduzindo armas por considerar uma afronta as autoridades ,o mesmo conduziu apenas um pequeno punhal,ao chegar no local foi supreendido com tiros de rifler na sua boca mas assim mesmo ainda feriu tres soldados e o sargento Claudionor tres morreram.
    Restante depois conto..

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  36. O valentão Ricardo Constancio,na verdade nao era um Cangaceiro e sim justiceiro,durante toda sua trajetoria matou apenas uns dois.Pois fazia papel de cobrador para os fazendeiros e comerciante.Tambem gostava de ajudar dono de festa,cobrando a cota todos pagavam
    O único fato ocorrido em uma festa,foi um negrão filho de um ex-escravo que ,que se encontrava em uma festa quando viu quem cobrava a cota ,falou que não pagaria a cota só porque era valentão! Ricardo e seu irmão Jose Constancia aproximando do negro e foram recebido na base do casete,com isso Ricardo deu um tiro na perna do negro.

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  37. eu acho que lampião só queria ser e num e nada esse caba safado bandido 100 vergonha só queria ser valentao e mandar em maria bonita

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  38. Um guerreiro visionário, destemido e inteligente. Ninguém nega as virtudes de Lampião. Agora pesquisadores questionam o verdadeiro papel histórico de Virgulino Ferreira
    por Lira Neto

    Eles faziam do assassinato um ritual macabro. O longo punhal, de até 80 centímetros de comprimento, era enfiado com um golpe certeiro na base da clavícula – a popular “saboneteira” – da vítima. A lâmina pontiaguda cortava a carne, seccionava artérias, perfurava o pulmão, trespassava o coração e, ao ser retirada, produzia um esguicho espetaculoso de sangue. Era um policial ou um delator a menos na caatinga – e um morto a mais na contabilidade do cangaço. Quando não matavam, faziam questão de ferir, de mutilar, de deixar cicatrizes visíveis, para que as marcas da violência servissem de exemplo. Desenhavam a faca feridas profundas em forma de cruz na testa de homens, desfiguravam o rosto de mulheres com ferro quente de marcar o gado.
    Exatos 70 anos após a morte do principal líder do cangaço, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, a aura de heroísmo que durante algum tempo tentou-se atribuir aos cangaceiros cede terreno para uma interpretação menos idealizada do fenômeno. Uma série de livros, teses e dissertações acadêmicas lançados nos últimos anos defende que não faz sentido cultuar o mito de um Lampião idealista, um revolucionário primitivo, insurgente contra a opressão do latifúndio e a injustiça do sertão nordestino. Virgulino não seria um justiceiro romântico, um Robin Hood da caatinga, mas um criminoso cruel e sanguinário, aliado de coronéis e grandes proprietários de terra. Historiadores, antropólogos e cientistas sociais contemporâneos chegam à conclusão nada confortável para a memória do cangaço: no Brasil rural da primeira metade do século 20, a ação de bandos como o de Lampião desempenhou um papel equivalente ao dos traficantes de drogas que hoje seqüestram, matam e corrompem nas grandes metrópoles do país.
    Cangaceiros e traficantes
    Foram os cangaceiros que introduziram o seqüestro em larga escala no Brasil. Faziam reféns em troca de dinheiro para financiar novos crimes. Caso não recebessem o resgate, torturavam e matavam as vítimas, a tiro ou punhaladas. A extorsão era outra fonte de renda. Mandavam cartas, nas quais exigiam quantias astronômicas para não invadir cidades, atear fogo em casas e derramar sangue inocente. Ofereciam salvo-condutos, com os quais garantiam proteção a quem lhes desse abrigo e cobertura, os chamados coiteiros. Sempre foram implacáveis com quem atravessava seu caminho: estupravam, castravam, aterrorizavam. Corrompiam oficiais militares e autoridades civis, de quem recebiam armas e munição. Um arsenal bélico sempre mais moderno e com maior poder de fogo que aquele utilizado pelas tropas que os combatiam.
    “A violência é mais perversa e explícita onde está o maior contingente de população pobre e excluída. Antes o banditismo se dava no campo; hoje o crime organizado é mais evidente na periferia dos centros urbanos”, afirma a antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e autora do livro A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão. A professora aponta semelhanças entre os métodos dos cangaceiros e dos traficantes: “A maioria dos moradores das favelas de hoje não é composta por marginais. No sertão, os cangaceiros também eram minoria. Mas, nos dois casos, a população honesta e trabalhadora se vê submetida ao regime de terror imposto pelos bandidos, que ditam as regras e vivem à custa do medo coletivo”.
    Além do medo, os cangaceiros exerciam fascínio entre os sertanejos. Entrar para o cangaço representava, para um jovem da caatinga, ascensão social. Significava o ingresso em uma comunidade de homens que se gabavam de sua audácia e coragem, indivíduos que trocavam a modorra da vida camponesa por um cotidiano repleto de aventuras e perigos. Era uma via de acesso ao dinheiro rápido e sujo de sangue, conquistado a ferro e a fogo. “São evidentes as correlações de procedimentos entre cangaceiros de ontem e traficantes de hoje. A rigor, são velhos professores e modernos discípulos”, afirma o pesquisador do tema Melquíades Pinto Paiva, autor de Ecologia do Cangaço e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
    Homem e lenda
    Virgulino Ferreira da Silva reinou na caatinga entre 1920 e 1938. A origem do cangaço, porém, perde-se no tempo. Muito antes dele, desde o século 18, já existiam bandos armados agindo no sertão, particularmente na área onde vingou o ciclo do gado no Nordeste, território onde campeava a violência, a lei dos coronéis, a miséria e a seca. A palavra cangaço, segundo a maioria dos autores, derivou de “canga”, peça de madeira colocada sobre o pescoço dos bois de carga. Assim como o gado, os bandoleiros carregavam os pertences nos ombros.
    Um dos precursores do cangaço foi o lendário José Gomes, o endiabrado Cabeleira, que aterrorizou as terras pernambucanas por volta de 1775. Outro que marcou época foi o potiguar Jesuíno Alves de Melo Calado, o Jesuíno Brilhante (1844-1879), famoso por distribuir entre os pobres os alimentos que saqueava dos comboios do governo. Mas o primeiro a merecer o título de Rei do Cangaço, pela ousadia de suas ações, foi o pernambucano Antônio Silvino (1875-1944), o Rifle de Ouro. Entre suas façanhas, arrancou os trilhos, perseguiu engenheiros e seqüestrou funcionários da Great Western, empresa inglesa que construía ferrovias no interior da Paraíba.
    Lampião sempre afirmou que entrou na vida de bandido para vingar o assassinato do pai. José Ferreira, condutor de animais de carga e pequeno fazendeiro em Serra Talhada (PE), foi morto em 1920 pelo sargento de polícia José Lucena, após uma série de hostilidades entre a família Ferreira e o vizinho José Saturnino. No sertão daquele tempo, a vingança e a honra ofendida caminhavam lado a lado. Fazer justiça com as próprias mãos era considerado legítimo e a ausência de vingança era entendida como sintoma de frouxidão moral. “Na minha terra,/ o cangaceiro é leal e valente:/ jura que vai matar e mata”, diz o poema “Terra Bárbara”, do cearense Jáder de Carvalho (1901-1985).
    No mesmo ano de 1920, Virgulino Ferreira entrou para o grupo de outro cangaceiro célebre, Sebastião Pereira e Silva, o Sinhô Pereira – segundo alguns autores, quem o apelidou de Lampião. Como tudo na biografia do pernambucano, é controverso o motivo do codinome. Há quem diga que o batismo se deveu ao fato de ele manejar o rifle com tanta rapidez e destreza que os tiros sucessivos iluminavam a noite. O olho direito, cego por decorrência de um glaucoma, agravado por um acidente com um espinho da caatinga, não lhe prejudicou a pontaria. Outros acreditam na versão atribuída a Sinhô Pereira, segundo a qual Virgulino teria usado o clarão de um disparo para encontrar um cigarro que um colega havia deixado cair no chão.
    O cangaço não tinha um líder de destaque desde 1914, quando Antônio Silvino foi preso após um combate com a polícia. Só a partir de 1922, após assumir o bando de Sinhô Pereira, Virgulino se tornaria o líder máximo dos cangaceiros. Exímio estrategista, Lampião distinguiu-se pela valentia nas pelejas com a polícia, como em 1927, em Riacho de Sangue, durante um embate com os homens liderados pelo major cearense Moisés Figueiredo. Os 50 homens de Lampião foram cercados por 400 policiais. O tiroteio corria solto e a vitória da polícia era iminente. Lampião ordenou o cessar-fogo e o silêncio sepulcral de seu bando. A polícia caiu na armadilha. Avançou e, ao chegar perto, foi recebida com fogo cerrado. Surpreendidos, os soldados bateram em retirada.
    A capacidade de despistar os perseguidores lhe valeu a fama de possuir poderes sobrenaturais e, após escapar de inúmeras emboscadas, de ter o corpo fechado. No mesmo mês da tocaia de Riacho de Sangue, Lampião e seu bando caíram em nova emboscada. Um traidor ofereceu-lhes um jantar envenenado, numa casa cercada por policiais. Quando os primeiros cangaceiros começaram a passar mal, Virgulino se deu conta da tramóia e tentou fugir, mas viu-se acuado por um incêndio proposital na mata. O que era para ser uma arapuca terminou por salvar a pele dos cangaceiros: desapareceram na fumaça, como por encanto.
    Mas o maior trunfo de Lampião foi o de cultivar uma grande rede de coiteiros. Isso garantiu a longevidade de sua carreira e a extensão de seu domínio. A atuação de seu bando estendeu-se por Alagoas, Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Lampião chegou a comandar um exército nômade de mais de 100 homens, quase sempre distribuídos em subgrupos, o que dava mobilidade e dificultava a ação da polícia. Em 1926, em tom de desafio e zombaria, chegou a enviar uma carta ao governador de Pernambuco, Júlio de Melo, propondo a divisão do estado em duas partes. Júlio de Melo que se contentasse com uma. Lampião, autoproclamado “Governador do Sertão”, mandaria na outra.
    Há divergências – e discussões apaixonadas – em torno da figura histórica de Virgulino. Ele comandava sessões de estupro coletivo ou, ao contrário, punia indivíduos do bando que violentavam mulheres? Castrava inimigos, como faziam outros tantos envolvidos no cangaço? Há controvérsias. “Lampião não era um demônio nem um herói. Era um cangaceiro. Muitas das crueldades imputadas a ele foram praticadas por indivíduos de outros bandos. Entrevistei vários ex-cangaceiros e nenhum me confirmou histórias a respeito de estupros e castrações executadas pessoalmente por Lampião”, diz o pesquisador Amaury Corrêa de Araújo, autor de sete livros sobre o cangaço.
    As narrativas de velhos cangaceiros contrapõem-se à versão publicada pelos jornais da época, que geralmente tinham a polícia como principal fonte. Com tantas histórias e estórias a cercar a figura de Lampião, torna-se difícil separar o homem da lenda. “Acho que está justamente aí, nessa multiplicidade de olhares e versões, a grande força do personagem que ele foi. É isso que nos ajuda inclusive a entender sua dimensão como mito”, explica a historiadora francesa Élise Grunspan-Jasmin, autora de Lampião: Senhor do Sertão (Edusp).
    “Lampião VP”
    Um livro recentemente lançado na França promete aumentar a temperatura dessa discussão. Assinado pelo escritor Jack de Witte, Lampião VP, ainda sem editora no Brasil, compara a trajetória do Rei do Cangaço com a do traficante carioca Marcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, protagonista do livro-reportagem Abusado, best-seller do jornalista Caco Barcelos. “O que produz a violência das favelas? A miséria, a injustiça social, a polícia e os políticos corruptos. As mesmas causas produzem os mesmos efeitos”, diz De Witte. O historiador e professor titular da Unicamp Jayme Pinsky adverte: “É um tanto simplista comparar cangaceiros e traficantes. Corre-se o risco de cometer o pecado historiográfico do anacronismo”. Leia-se: analisar um momento histórico com base em conceitos e idéias de outro.
    Já foi moeda corrente entre os especialistas interpretar o “Rei do Cangaço” como um “bandido social”, expressão criada pelo historiador inglês Eric Hobsbawm para definir os fora-da-lei que surgiam nas sociedades agrárias em transição para o capitalismo. Em Bandidos (Forense Universitário), de 1975, Hobsbawn cita Lampião, Robin Hood e Jesse James como exemplos de nobres salteadores, vingadores ousados, defensores dos oprimidos.
    A imagem revolucionária começou a se desenhar em 1935, quando a Aliança Nacional Libertadora citou Virgulino como um de seus inspiradores políticos. A tese foi reforçada em 1963 com o lançamento de um clássico sobre o tema, Cangaceiros e Fanáticos, no qual o autor, Rui Facó, justifica a violência física do cangaço como uma resposta à violência social. Na mesma época, o deputado federal Francisco Julião, representante das Ligas Camponesas e militante político pela reforma agrária, declarava que Lampião era “o primeiro homem do Nordeste a batalhar contra o latifúndio e a arbitrariedade”.
    “Lampião não era um revolucionário. Sua vontade não era agir sobre o mundo para lhe impor mais justiça, mas usar o mundo em seu proveito”, afirma a também a historiadora Grunspan-Jasmin, fazendo coro a um dos maiores especialistas do cangaço da atualidade, Frederico Pernambucano de Mello. Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e autor de Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Mello diz que o cangaceiro e o coronel não eram rivais. Os coronéis ofereciam armas e proteção aos cangaceiros, que, em troca, forneciam serviço de milícia. Dois dos maiores coiteiros de Lampião foram homens poderosos: o coronel baiano Petronilo de Alcântara Reis e o capitão do Exército Eronildes de Carvalho, que viria a ser governador de Alagoas. “Aprecio de preferência as classes conservadoras: agricultores, fazendeiros, comerciantes”, disse Virgulino em uma entrevista de 1926.
    Marqueteiro da caatinga
    A idéia de que Lampião fosse um vingador também é contestada por Mello. Ele argumenta que, em quase 20 anos de cangaço, Lampião nunca teria se esforçado para se vingar de Lucena e Saturnino, o policial e o antigo vizinho responsáveis pelo assassinato de seu pai. De acordo com um dos homens de Virgulino, Miguel Feitosa, o Medalha, Saturnino chegara a mandar um uniforme e um corte de tecido com o objetivo de selar a paz entre eles. Um portador teria agradecido por Lampião. O mesmo Medalha dizia que o ex-soldado Pedro Barbosa da Cruz propôs matar Lucena por dinheiro. “Deixe disso, essas são questões velhas”, teria respondido Lampião. Segundo o autor de Guerreiros do Sol, os cangaceiros usavam o discurso de vinganças pessoais e gestos de caridade como “escudos éticos” para os atos de banditismo.
    Apesar da vida árdua, quem entrava no cangaço dificilmente conseguia (ou queria) sair dele. Havia um notório orgulho de pertencer aos bandos, revelado também na indumentária dos cangaceiros. O excesso de adereços, os enfeites nos chapéus, os bordados coloridos foram típicos dos momentos finais do cangaço. Lampião era um homem bem preocupado com sua imagem pública, o que colaborou para que permanecesse na memória nacional. O Rei do Cangaço também era o rei do marketing pessoal. Assim como adorava aparecer em jornais e revistas, deixando-se inclusive fotografar e até filmar, fazia de seu traje de guerreiro uma ostensiva e vaidosa marca registrada. “Nisso, talvez apenas o cavaleiro medieval europeu ou o samurai oriental possa rivalizar com o nosso capitão do cangaço”, escreveu Pernambucano de Mello.
    A antropóloga Luitgarde Barros enxerga aí um outro ponto em comum com a bandidagem atual: “Os traficantes também gostam de ostentar sua condição de bandidos e possuem um código visual característico, composto por capuzes e tatuagens de caveiras espalhadas pelo corpo”. A violência policial é outro aspecto que aproxima o universo de Lampião do mundo do tráfico. Como ocorre hoje nas favelas dominadas pelo crime organizado, a truculência dos bandoleiros sertanejos só encontrava equivalência na brutalidade das volantes – as forças policiais cujos soldados eram apelidados pelos cangaceiros de “macacos”. Nos tempos áureos do cangaço, não havia grandes diferenças entre a ação de bandidos e soldados. Não raro, eles se trajavam do mesmo modo – o que chegava a provocar confusões – e uns se bandeavam para o lado dos outros. Cangaceiros como Clementino José Furtado, o Quelé, abandonaram o grupo e foram cerrar fileiras em meio às volantes. O bandido Mormaço fez o movimento contrário. Havia sido corneteiro da polícia antes de aderir a Lampião.
    Como é comum à história da maioria dos criminosos, uma morte trágica e violenta marcou o fim dos dias de Virgulino. Traído por um de seus coiteiros de confiança, Pedro de Cândida, que foi torturado pela polícia para denunciar o paradeiro do bando, Lampião acabou surpreendido em seu esconderijo na Grota do Angico, Sergipe, em 28 de julho de 1938. Depois de uma batalha de apenas 15 minutos contra as tropas do tenente José Bezerra, 11 cangaceiros tombaram no campo de batalha. Todos eles tiveram os corpos degolados pela polícia, inclusive Lampião e Maria Bonita. Durante mais de 30 anos, as cabeças dos dois permaneceram insepultas. Em 1969, elas ainda estavam no museu Nina Rodrigues, na Bahia, quando foram finalmente enterradas, a pedido de familiares do casal mais mitológico – e temido – do cangaço.

    A saga de Lampião na caatinga
    1898 – Virgulino Ferreira da Silva nasce em 4 de junho, na comarca de Vila Bela, atual Serra Talhada, Pernambuco. É o terceiro dos nove filhos de José Ferreira e Maria Lopes.
    1915 – Começa a briga entre a família Ferreira e a do vizinho José Saturnino.
    1920 – José Ferreira é morto. Virgulino e três irmãos (Ezequiel, Levino e Antônio) entram para o cangaço. Durante um tiroteio em Piancó (PB), ele é ferido no ombro e na virilha: são as primeiras cicatrizes de uma série que colecionará na vida.
    1922 – Sinhô Pereira abandona o cangaço e Lampião assume o lugar do chefe. A primeira grande façanha é um assalto à casa da baronesa Joana Vieira de Siqueira Torres, em Alagoas.
    1924 – Toma um tiro no pé direito, em Serra do Catolé, município de Belmonte (PE).
    1925 – Fica cego do olho direito e passa a usar óculos para disfarçar o problema.
    1926 – Visita Padre Cícero no Ceará e recebe a patente de capitão do “batalhão patriótico”, encarregado de combater a Coluna Prestes. Em Itacuruba (PE) é ferido à bala na omoplata.
    1927 – Ataque do bando a Mossoró (RN). A cidade resiste. É uma das maiores derrotas de sua carreira.
    1928 – A ação da polícia de Pernambuco faz com que atravesse o rio São Francisco e passe a agir preferencialmente na Bahia e em Sergipe.
    1929 – Primeiro encontro com Maria Bonita, na fazenda do pai dela, em Malhada do Caiçara (BA).
    1930 – Maria Bonita torna-se sua mulher e ingressa no bando. O governo da Bahia oferece uma recompensa de 50 contos de réis para quem o entregar vivo ou morto. Em Sergipe, é baleado no quadril.
    1932 – Nasce Expedita, sua filha com Maria Bonita.
    1934 – Eronildes Carvalho, capitão do Exército e coiteiro de Lampião, é nomeado governador de Sergipe.
    1936 – O libanês Benjamin Abraão, ex-secretário de Padre Cícero, convence Virgulino a se deixar filmar no documentário Lampeão. O filme é recolhido pelo Estado Novo.
    1938 – Em 28 de julho, o bando é cercado em Angico (SE). Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros são assassinados.

    Artimanhas do cangaço
    As estratégias e técnicas para despistar os inimigos
    Embora seja inadequado referir-se aos cangaceiros como guerrilheiros – eles não tinham nenhum propósito político –, é inegável que lançaram mão de táticas típicas da guerrilha. Habituados a viver na caatinga, não eram presa fácil para a polícia, especialmente para as unidades deslocadas das cidades com a missão de combatê-los no sertão. Uma das maiores dificuldades de enfrentá-los era a de que preferiam ataques rápidos e ferozes, que surpreendiam o adversário. Também não tinham qualquer cerimônia em fugir quando se viam acuados. Houve quem confundisse isso com covardia. Era estratégia cangaceira.
    Tropa de elite
    Os bandos eram sempre pequenos, de no máximo 10 a 15 homens. Isso garantia a mobilidade necessária para a realização de ataques-surpresa e para bater em retirada em situações de perigo.
    Calada da noite
    Em vez de se deslocar a cavalo por estradas e trilhas conhecidas da polícia, percorriam longas distâncias a pé em meio à caatinga, de preferência à noite. Para evitar que novas vias de acesso ao sertão fossem abertas, assassinavam trabalhadores nas obras de rodovias e ferrovias.
    Os apetrechos
    Todos os pertences do cangaceiro eram levados pendurados pelo corpo. Como não se podia carregar muita bagagem, dinheiro e comida eram colocados em potes enterrados no chão, para serem recuperados mais tarde.
    Raposas do deserto
    Cangaceiros eram mestres em esconder rastros. Alguns truques: usar as sandálias ao contrário nos pés. Pelas pegadas, a polícia achava que eles iam na direção contrária (detalhe); andar em fila indiana, de costas, pisando sobre as mesmas pegadas, apagadas com folhagens; pular sobre um lajedo, dando a impressão de sumir no ar.
    Peso morto
    Com exceção de seqüestrados, quase nunca faziam prisioneiros em combate, pois isso dificultaria a capacidade de se mover com rapidez. Também não mantinham colegas feridos ou com dificuldade de locomoção.
    Seu mestre mandou
    Para resolver discórdias internas no bando, Lampião sempre planejava um grande ataque. Todos os membros do grupo se uniam contra o inimigo e deixavam de lado as divergências entre si.
    Os infiltrados
    Quem dava abrigo e esconderijo aos cangaceiros era chamado de coiteiro e agia em troca de dinheiro, de proteção armada ou mesmo por medo. Coiteiros que traíam a confiança eram mortos para servirem de exemplo.
    Rota de fuga
    As principais áreas de ação do cangaço eram próximas às fronteiras estaduais. Em caso de perseguição, eles podiam cruzá-las para ficar a salvo do ataque da polícia local.
    Fogo amigo e inimigo
    Durante os combates, havia uma regra fundamental: em caso de retirada, nunca deixar armas para o inimigo; nas vitórias, apoderar-se do arsenal dele.

    Deus e diabo na terra do sol
    A noite em que Padre Cícero conversou com Lampião
    Ali estavam, frente a frente, pela primeira e única vez, Lampião e Padre Cícero, os dois maiores mitos de toda a história nordestina. Uma terceira figura mitológica era indiretamente responsável por aquele encontro inusitado: Luís Carlos Prestes, o comandante da Coluna Prestes, movimento militar guerrilheiro que desde o ano anterior serpenteava pelo interior do país, enfrentando as tropas do presidente Artur Bernardes. Quando a marcha da coluna revolucionária rumou para o Nordeste, o governo federal não teve dúvidas: convocou os chefes políticos locais para formarem exércitos próprios e combater os rebeldes. No livro O General Góes Depõe, da década de 1950, o próprio general Góes Monteiro, chefe do Estado-Maior das operações contra a Coluna, assume que partiu dele a idéia de convocar jagunços e cangaceiros para fazer frente ao avanço de Prestes. No Ceará, coube ao deputado Floro Bartolomeu, médico e aliado político do Padre Cícero, fazer o convite oficial ao bando de Lampião para se engajar no “Batalhão Patriótico”. Em fevereiro de 1926, Padre Cícero ainda tentou uma solução pacífica. Enviou aos revolucionários uma carta em que os incitava a depor armas. Em troca, prometia-lhes abrigo em Juazeiro do Norte (CE), onde teriam garantias legais de que seriam submetidos a um tratamento justo. De acordo com o relato de Lourenço Moreira Lima, secretário da Coluna revolucionária, a mensagem foi recebida. “Tivemos a oportunidade de ler essa carta, escrita com uma grande ingenuidade, mas da qual ressaltava o desejo íntimo e sincero do padre no sentido de conseguir fazer a paz”, escreveu Moreira Lima em seu diário de campanha, publicado em 1934. O pedido, como se sabe, foi ignorado. Quando Lampião chegou no dia 4 de março à cidade de Juazeiro do Norte, atendendo ao chamado de Floro, este não se encontrava mais por lá. Doente, o deputado federal viajara para o Rio de Janeiro, onde acabaria morrendo. Padre Cícero se viu então com um problema nas mãos: recepcionar o famoso bandido e seus cabras na cidade e, mais ainda, cumprir o que havia sido combinado entre Lampião e o deputado, com a devida aprovação do governo federal: o cangaceiro deveria receber dinheiro, armas e a patente de capitão do “Batalhão Patriótico”. Lampião e outros 49 cangaceiros ocuparam uma casa próxima à fazenda de Floro, nas imediações da cidade, e, em seguida, alojaram-se em Juazeiro do Norte, no sobrado onde residia João Mendes de Oliveira, conhecido poeta popular da região. Foi lá que, da janela, Virgulino atirou moedas ao povo e onde, durante a madrugada, Padre Cícero encontrou o bando. Os bandidos, ajoelhados em deferência ao sacerdote, teriam ouvido o padre tentar convencer seu líder a largar o cangaço logo após voltasse da campanha contra Prestes. Mandou-se então chamar o único funcionário federal disponível na cidade, o agrônomo Pedro de Albuquerque Uchoa, para redigir um documento que, supostamente, garantiria salvo-conduto ao bando pelos sertões e, principalmente, concedia a prometida patente. O papel, como Lampião viria a descobrir tão logo saiu da cidade, não tinha qualquer valor legal, o que não o impediu de assinar, daí por diante, “Capitão Virgulino”. Ciente da desfeita, o cangaceiro não se preocupou mais em dar combate à Coluna Prestes. Já obtivera dinheiro e armas em número suficiente para seguir seu caminho de bandoleiro, agora ostentando orgulhoso a falsa patente militar. Mais tarde, o agrônomo Uchoa justificou seu papel no episódio: diante de Lampião, assinaria qualquer coisa. “Até a destituição do presidente da República”, disse.
    Bonnie e Clyde do sertão
    O amor de Maria Bonita e Lampião provocou uma revolução no cotidiano dos cangaceiros
    Uma sertaneja amoleceu o coração de pedra do Rei do Cangaço. Foi Maria Gomes de Oliveira, a Maria Déa, também conhecida como Maria Bonita. Separada do antigo marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Neném, foi a primeira mulher a entrar no cangaço. Antes dela, outros bandoleiros chegaram a ter mulher e filhos, mas nenhuma esposa até então havia ousado seguir o companheiro na vida errante no meio da caatinga. O primeiro encontro entre os dois foi em 1929, em Malhada de Caiçara (BA), na casa dos pais de Maria, então com 17 anos e sobrinha de um coiteiro de Virgulino. No ano seguinte, a moça largou a família e aderiu ao cangaço, para viver ao lado do homem amado. Quando soube da notícia, o velho mestre de Lampião, Sinhô Pereira, estranhou. Ele nunca permitira a presença de mulheres no bando. Imaginava que elas só trariam a discórdia e o ciúme entre seus “cabras”. Mas, depois da chegada de Maria Déa, em 1930, muitos outros cangaceiros seguiram o exemplo do chefe. Mulher cangaceira não cozinhava, não lavava roupa e, como ninguém no cangaço possuía casa, também não tinha outras obrigações domésticas. No acampamento, cozinhar e lavar era tarefa reservada aos homens. Elas também só faziam amor, não faziam a guerra: à exceção de Sila, mulher do cangaceiro Zé Sereno, não participavam dos combates – e com Maria Bonita não foi diferente. O papel que lhes cabia era o de fazer companhia a seus homens. Os filhos que iam nascendo eram entregues para ser criados por coiteiros. Lampião e Maria tiveram uma filha, Expedita, nascida em 1932. Dois anos antes, aquele que seria o primogênito do casal nascera morto, em 1930. Entre os casais, a infidelidade era punida dentro da noção de honra da caatinga: o cangaceiro Zé Baiano matou a mulher, Lídia, a golpes de cacete, quando descobriu que ela o traíra com o colega Bem-Te-Vi. Outro companheiro de bando, Moita Brava, pegou a companheira Lili em amores com o cabra Pó Corante. Assassinou-a com seis tiros à queima-roupa. A chegada das mulheres coincidiu com o período de decadência do cangaço. Desde que passou a ter Maria Bonita a seu lado, Lampião alterou a vida de eterno nômade por momentos cada vez mais alongados de repouso, especialmente em Sergipe. A influência de Maria Déa sobre o cangaceiro era visível. “Lampião mostrava-se bem mudado. Sua agressividade se diluía nos braços de Maria Déa”, afirma o pesquisador Pernambucano de Mello. Foi em um desses momentos de pausa e idílio no sertão sergipano que o Rei do Cangaço acabou sendo surpreendido e morto, na Grota do Angico, em 1938, depois da batalha contra as tropas do tenente José Bezerra. Conta-se que, quando lhe deceparam a cabeça, a mais célebre de todas as cangaceiras estava ferida, mas ainda viva.
    Saiba mais
    LIVROS
    Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste Brasileiro, Frederico Pernambucano de Mello, Massangana/Girafa, 2004
    Um dos melhores estudos sobre cangaço, desmitifica a idéia de Lampião como um “bandido social”.
    Lampião: Senhor do Sertão, Élise Grunspan-Jasmin, Edusp, 2006
    Compara as várias versões a respeito da vida de Virgulino Ferreira e analisa a permanência do mito Lampião.
    A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, Mauad, 2007
    Analisa a violência que cercou o cangaço e Lampião.
    Lampião: O Rei dos Cangaceiros, Billy Jaynes Chandler, Paz e Terra, 2003
    Biografia de Virgulino Ferreira, baseada em jornais da época.

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  39. Parabéens pela matéria! Mostrou a verdade: o “santo” Padim Ciço foi quem financiou o “heroi-do-sertão” Lampião. Ambos forma bandidos, um disfarçado de padre, ou melhor, ex-padre, por inventar um “milagre” tão esdrúxulo, e o outro disfarçado de “justiceiro”, por matar pessoas, muitas vezes, inocentes, que perderam sua vida de uma forma tão cruel e sem pudor!

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  40. O qque eu mais procuro neste bolg, é o nome citado do meu avô José Gonçalves de Oliveira (Zé Grosso). já li o monte de artigo e não encontro este nome, já tenho a placa de homenagem a ele pela prefeira Rosa do RN mas não encontro a lista dos nomes dos ex. combatentes da tropa de lampeão.

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  41. Muitas informações desse período pra lá de curioso de nossa história. Comecei com preguiça de ler, mas depois não parei mais! Parabéns ao site!

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  42. meu nome é leandro oliveira francisco, eu tenho lampião como um eroi pelo q eu vi na series e nos fimes ele foi uma pessoa q passou o que jesus tambem passou so isso mais ele é eroi sim e esses arebam de vagabundos q nem gosta de ler fica falando besteira o cangaço ta voltando seus otarios se vc fosse do tempo de lampião vcs ia ficar todos cagados melados de bosta

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  43. o meu sonho é ser um cangaceiro mais meus amigos tem medo se eu encontrar um apoio eu vou mim inpirar em lampião ai eu vou ser a nova era obrigado pra todos ai q gosta de lampião

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  44. nos outros estados que esta besta fera passou, ele pode até ter sido um santo, más aqui em Sergipe, só fez maldade, só em Canindé do são Francisco – se foi ferrada três mulheres, pelo cangaceiro, José baiano, sendo que lampião estava junto, fora os estupros, uma tia do meu amigo ferrada por este Ante – Cristo, que faleceu a treze anos, passou toda sua vida usando um lenço tapando metade do rosto, se esse cara for herói, soltem Fernandinho Beira mar que perto dele e fichinha.

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  45. COMPARAR LAMPIAO COM UM TRAFICANTE E’ UM CRIME SEM PERDAO. SO’ LIVROS ESCRITOS POR NORDESTINOS MERECEM SERIEDADE. POIS SO’ NO’S NORDESTINOS CONHECEMOS A NATUREZA DO SERTANEJO.

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  46. No meu ponto de vista se Lampião entrou no cangaço para fazer justiça, como poderia fazer ou permitir em seu bando a injustiças?

    Acredito que, como nos dias de hoje, governantes políticos são capazes de qualquer coisa para realizar seus objetivos.

    Montaram um bando de falsos cangaceiros para fazerem arruaças e crimes, e utilizaram o nome de Lampião para poder criar entre Lampião e o povo uma rincha, e deste modo incriminando e denegrindo a imagem de Lampião temendo interferências politicas como fazem com os líderes religiosos do nosso pais manipulando toda mídia, e dessa forma o governo teria total apoio do povo.

    Vemos esse tipo de ação nos dias de hoje, país com interesse lucrativo cria estratégia para invadir outros países e assim jogam o governo contra seu próprio povo, manipulando a mídia e montando uma estrategia para derrubar o Governo atual.

    Lampião Herói do Sertão.
    E você que é?

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  47. faco parte da quarta geracao de lanpiao pos pra min ele foi e sera um ser humano que lutou pra ter o melhor desta gente solfrida do certao ate hoje nos estao aqui com ums ladrao de cara linpa que comer piticc rouba o dinheiro problico e nao vai preso tem sempre tres advogado pra defendelos estes sim sao ladrao de cara limpa rouba mas nao vai preso

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  48. Parabéns, ótimo site, e ótimo acordo ortográfico. Eu tenho 11 anos, sou a nerd da sala, eu já sabia sobre o lampião, eu aperfeiçoei meus conhecimentos nessa leitura.
    ÓTIMO TEXTO, PARABÉNS! Vocês apenas devem colocar algumas imagens para chamar a atenção do leitor e plugá-lo nesse tema. É ótimo descobrir um pouco mais da história nordestina deste imenso Brasil!

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  49. Visitei o museu de Mossoró-RN ano passado, em 2013.Estive nos festejos de São João, assisti a chuva de bala; o meu maior interesse por ter sabido que meu avó materno foi um dos ex. combatentes mossoroense do bando de lampião. e nunca conheci meu a avô, nem por foto, e por comentar todo este fato histórico e honra pra família consegui através de meu primo também neto do mesmo, no Estado de Goiás, uma foto do meu avô José Gonçalves de Oliveira. (JOSÉ GROSSO). E gostaria de enviar esta foto para constar no museu para quem dos netos e familiares for visitar afim de conhecer a história ver a foto do mesmo. Como faço para enviar esta foto? alguém poderia me ajudar, eu moro na cidade de Aracati Ce. Fone para contato (88)9664-8730, moro na Rua travessa Nossa Senhora dos Prazeres, nº 162 APARTAMENTO.
    OBRIGADA PELA ATENÇÃO MEU ABRAÇO E UMA ÓTIMA COPA DO MUNDO NA MAIS PERFEITA PAZ.
    Albertina Silva-Tecnóloga em Gestão de Recursos Humanos.

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  50. Ninguém nunca saberá se Virgulino era um Justiceiro ou bandido, para as autoridades governamentais não é interessante divulgar a imagem de -justiceiro, porém eu acho que virgulino era um X-MEM

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  51. Bandido bom é bandido morto, tendo como companhia a raiz do capim e minhocas esfomeadas. Enterrado de cabeça para baixo, que é pra caso ressuscite, cave afundando mais! Peninha? Adote um!

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  52. SO QUERIA SABER QUAL O INIMIGO QUE O MUNDO VE PRA ESTAR EM GUERRA!! LAMPIAO MORREU PELOS NORDESTINOS E TBEM PELOS BRASILEIROS!! O BRASIL SOFRE VITIMA DUM MILITARISMO QUE SE PREPAROU PRA UMA GUERRA CONTRA NOS MSMOS!! A MAIORIA DOS BRASILEIROS NAO CONHECE OS VERDADEIROS HEROIS BRASILEIROS!! HEROIS QUE MORRERAM MAS NAO SE VENDERAM PRA INTERRESSES DE PESSOAS QUE SO CONSEGUEM VER DINHEIRO LUXO E PODER!! ESSES SIM SAO BANDIDOS!!! ENQUANTO VCS ESTAO LENDO PESSOAS ESTAO PASSANDO FOME E FRIO SEM OPORTUNIDADES NA VIDA!! ATE RECEBEREM UMA ARMA E MATAR UM INOCENTE POR COMIDA PRA DEPOIS SER MORTO POR QUEM FORNECEU A ARMA!! COMO ACONTECEU A TANTOS E TANTOS ANOS ATRAS E CONTINUA… PENSEM BEM ANTES DE VOTAREM!! PODE SER Q A VIDA DE VCS E BOA HJ!! MAS O AMANHA SO PERTENCE A DEUS e amanha pode ser o filho de vcs passando fome e frio!! sou apenas um brasileiro e nao quero ver meu povo se matar!!

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  53. Vcs dever saber a verdadeira historia de lampião. Ele não morreu em angico como diss a historia’ pesquise no google e veja e veja vc mesmo

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  54. Lampião morreu envenenado?
    Por José Bezerra Lima Irmão

    Existem três versões sobre o que aconteceu em Angico na madrugada de 28 de julho de 1938.

    A primeira, e também a mais divulgada, é a versão da polícia, e portanto a versão “oficial”, dando conta de que Lampião teria sido “surpreendido” enquanto dormia na Grota do Angico.

    A segunda versão é de que Lampião morreu envenenado.

    A terceira é de que Lampião fugiu vivinho da silva, pois tudo o que houve em Angico foi uma farsa, e Virgulino escapou, indo morar em Goiás e depois em Minas Gerais.

    Tudo isso é analisado nos mínimos detalhes no livro Lampião – a Raposa das Caatingas, das páginas 561 a 644. Portanto, mais de 80 páginas abordam esse tema.

    Num capítulo intitulado “O Armagedon na caatinga”, o leitor conhecerá o ambiente no coito nos dias que precederam o ataque da volante, em especial os fatos do dia anterior; o movimento dos coiteiros; os procedimentos da polícia, desde os preparativos da véspera até o cerco e o tiroteio.

    Outro capítulo descreve o que aconteceu com as cabeças dos cangaceiros mortos.

    Outro dá conta do inventário dos objetos encontrados com os corpos.

    Um extenso capítulo analisa a versão do envenenamento, envolvendo o relato acerca dos urubus mortos por terem comido as vísceras dos cadáveres; a denúncia da imprensa da época; os depoimentos de cangaceiros sobreviventes; as revelações dos soldados integrantes da volante; a eliminação de testemunhas (“queima de arquivos”); a opinião dos pesquisadores.

    O livro analisa em detalhes a versão do tenente João Bezerra.

    Por fim, há um extenso capítulo em que é abordada a tese da fuga de Lampião para Goiás e depois para Minas Gerais, onde morreu de velho.

    Se essas coisas não têm importância para você, então tome uma cerveja, deite numa rede e tire uma soneca.

    Mas se você se interessa pelas coisas do cangaço, vale a pena esmiuçar os mistérios acerca do que de fato aconteceu na Grota do Angico.

    Dediquei 11 anos de pesquisa para escrever esse livro. Ele contêm mapas dos locais dos fatos e fotos de muitos dos personagens citados.

    Sua leitura leva o leitor a conhecer as causas históricas, políticas, sociais e econômicas do cangaceirismo no Nordeste.

    O livro destaca os principais precursores de Lampião: Cabeleira, Lucas da Feira, Sereno, Cirino Guabiraba, Quirino, Inocêncio Vermelho, João Calangro, Viriato, Jesuíno Brilhante, Antônio Silvino, Zezinho dos Laços, Manezinho da Barra das Almas e Manoel Monte.

    Os fatos são narrados na sequência natural do tempo, muitas vezes dia a dia, semana a semana, mês a mês.

    Conta a infância e juventude de um típico garoto do sertão chamado Virgulino, filho de almocreve, que as circunstâncias do tempo e do meio empurraram para o cangaço.

    Lampião iniciou sua vida de cangaceiro por motivos de vingança, mas com o tempo se tornou um cangaceiro profissional – raposa matreira que durante quase vinte anos, por méritos próprios ou por incompetência dos governos, percorreu as veredas poeirentas das caatingas do Nordeste, ludibriando caçadores de sete Estados.

    josebezerra@terra.combr

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  55. tou deixando comentário analisando a historia, é isso mesmo, não existe santo, todo mundo procura suas vantagens inedependete de passar por cima de alguém, cabe a nós mentes investigativa depurar, quem viveu àquele momento não ta mais aqui para contar

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  56. Até hoje dá MUITO pano pra manga e instiga a história desse que (bandido ou herói) está imortalizado na memória dos amantes da história de nosso pais.

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  57. Gostei muito dos comentários sobre o assunto, inclusive porque foi o único local onde encontrei alguma coisa escrita sobre Ricardo Constâncio um valentão muito que viveu no inicio do século passado. O campo de atuação era entre entre o rio Parnaíba e os municípios maranhenses de Matões, Caxias e Timom.
    Há muitos anos pesquiso sobre ele e tudo que encontro é oral, nada escrito.
    Não tenho prazos para publicar, só quando encontrar fontes mais seguras
    Raimundo Medeiros – Academia Caxiense de Letras

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  58. a meu ver é uma história suja, criminosa e hostil. Muitos consideram ele como um herói, mas que herói é esse que roubava e matava? vocês ai ficam idolatrando esse tipo de marginal. Não entendo como uma nação reconhece esse crápula, como vários outros… mas ninguém ovaciona a história de Zilda Arns por exemplo, essa sim é uma heroína brasileira digna de suas atitudes…. é aquela inversão mórbida de valores que atinge nossa sociedade, ao invés de se basearem pela história, se fantasiam na estória.

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  59. Sou neta de manuel feitosa, meu pai e miguel alves feitosa corre uma historia que minha falecida avó contava que meu avô citado a cima,era filho do cangaceiro conhecido na quela epoca como o medalha cujo o nome e miguel feitosa gostaria muito de saber se ele e mesmo o meu bizavô,sera que vocês podem me ajuda.

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  60. PADRE CICERO NÃO TEM QUE ARDER NO INFERNO COISA NENHUMA!
    QUALQUER CRISTÃO DE VERDADE É CONTRA O COMUNISMO.OUTRA
    COISA,PADRE CICERO CONVERTEU 2 CANGACEIROS: LUIZ PADRE
    E ZÉ PEDRO CADE QUE ALGUÉM DIZ ISSO? E PADRE CICERO NUNCA
    ENTREGOU PATENTE PARA LAMPIÃO,EMBORA FOSSE CONTRA O
    COMUNISMO.

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  61. OLA EU GOSTARIA DE FALAR QUE ISSO E TÃO CHATO QUE ATE A MINHA VO DORMIU E COMO AGRADECIMENTO ESPERO QUE VCS COMAM UM BELO PÃO COM OVO E LINGUIÇA SEUS COMEDOR DE CAPIVARAS ASIATICAS NEGRAS DE PORTO RICO SEUS DIARREIA BRANCA

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  62. Sou muito orgulhoso de ser sobrinho de Joao Bezerra, cuja Volante(Tropa) deu fim a essa era do Cangaço, que marcava mulheres e homens com ferro e facas, arrancava olhos para que nao fossem reconhecidos, e viviam sem lei fazendo tudo o que bem entendessem contra qualquer um que achasse devido. Vejo aquelas pessoas que tratam lampiao como Heroi mais por “Simpatia Cultural” do que por admiraçao a verdadeira historia do seu bando.

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  63. Sou um curioso e gosto de saber , para mim foi um corajoso enfrentou os coronéis da sua época, certamente cometeu MT injustiça mas teve coragem de enfrentar um poder maldoso e desumano.

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  64. O artigo não fala da passagem do bando de Lampião em Serrinha do Catimbau , ( atual Paranatama PE) em 19 e 20 de julho de 1935 . Onde Maria Bonita e Maria Ema foram baleadas , o cachorro Dourado foi morto, o bando de lampião saíram na carreira . Porque não contam esse episódio ?

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  65. Olá, eu estou produzindo um documentário sobre a história de lampião e queria saber se vc pode contribuir um pouco para minha pesquisa

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  66. Lampião não tinha nada de heroi . Foi um ladrão estuprador e torturador dos mais covardes. Deveriam se envergonhar de tentar transformar em heroi.

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