Michael Collins – O preço da liberdade
Herói da Guerra de Independência da Irlanda e um dos primeiros comandantes do IRA, o líder republicano acabou assassinado por seus antigos companheiros em 1922, depois de negociar com os ingleses
por Pierre Joannon
© ROGER-VIOLLET/AFP
Michael Collins discursa como presidente do governo provisório do Estado Livre da Irlanda em 1921
Em 1916, uma insurreição na cidade de Dublin dá início do processo de independência da Irlanda. No dia 24 de abril, poetas, pequenos burgueses e sindicalistas ligados à Irmandade Republicana Irlandesa (IRB, na sigla em inglês) ocupam os principais prédios da capital e proclamam a República da Irlanda. A Páscoa Sangrenta de Dublin se estende por uma semana e mobiliza 20 mil soldados britânicos para enfrentar 1.558 rebeldes.
Nas ruínas da sede do correio, quartel-general dos rebeldes, um jovem de 26 anos dispara suas últimas balas contra as forças britânicas. Ele se chama Michael Collins, e seu nome ecoaria no país nos anos seguintes.
Nascido em Woodfield, vilarejo no condado de West Cork, em 16 de outubro de 1890, Collins cresce no campo, ouvindo velhas histórias sobre revoltas contra o domínio inglês. Aos 15 anos, deixa a Irlanda para estudar e trabalhar em Londres. Em 1909, entra para o IRB, a antiga sociedade secreta feniana (ver glossário) que sonhava em expulsar os ingleses. Na Primeira Guerra Mundial, enquanto milhares de irlandeses se alistam no exército britânico, volta para a Irlanda para se alistar em outro exército, bem mais modesto.
Depois da derrota do levante de 1916, vem a repressão. Os chefes rebeldes são executados, e os nacionalistas, mandados para a prisão. Michael Collins vai para Frongoch, campo de prisioneiros nos confins do País de Gales, e aproveita o retiro forçado para recrutar aqueles que se tornariam seus companheiros de armas. Em Frongoch, ganha o apelido de Big Fellow (grande camarada, em inglês), revelador de seu caráter impetuoso e autoritário.
LEIA MAIS. CLIQUE AQUI.