MESOPOTÂMIA


Mesopotâmia foi uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Durante a Antiguidade Oriental, ela abrigou diversas civilizações, como os babilônicos e os assírios.

Mapa da região em que a Mesopotâmia estava localizada.
Vista da Barragem de Ataturk, no rio Eufrates.

Mesopotâmia foi uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Atualmente, corresponde aos territórios do Iraque, Irã e Jordânia, no Oriente Médio. O termo mesopotâmia tem origem grega e significa “terra entre rios”, uma referência à sua localização geográfica. Os povos que habitaram a região foram os babilônicos, assírios, sumérios e acádios. Os persas derrotaram os acádios em 539 a.C., encerrando o apogeu dos povos mesopotâmicos. A astronomia e a arquitetura são alguns legados culturais deixados pelos povos que habitaram a Mesopotâmia.

Os povos que a habitaram durante a Antiguidade Oriental foram os sumérios, assírios, babilônicos e acádios.

Sua sociedade era dividida em castas e o poder estava nas mãos de um chefe soberano.

Sua economia se baseava na agricultura.

Alguns dos legados culturais deixados por ela foram a astronomia e a arquitetura.

História da Mesopotâmia 

A Mesopotâmia se desenvolveu em uma região chamada Crescente Fértil, que se estendeu do Egito até as terras mesopotâmicas. Era uma região desértica, porém com rios volumosos como o Nilo, Tigres e Eufrates. Podemos chamar os povos que habitaram a Mesopotâmia de sociedades hidráulicas por causa da relação do seu desenvolvimento com as águas dos rios. Por se tratar de um deserto com dois grandes rios, tal território era disputado por vários povos.

Os povos mesopotâmicos erampoliteístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A arquitetura empregada demonstra relação com a religião. Os templos eram altos e a parte superior era utilizada para as cerimônias. A escrita foi determinante para registrar um pouco da história da Mesopotâmia, seus feitos e seus ritos religiosos. A região, atualmente, corresponde ao Iraqueao Irã e à Jordânia, no Oriente Médio.

Povos da Mesopotâmia

O rio Eufrates foi de fundamental importância para o desenvolvimento da Mesopotâmia. [1]

A Mesopotâmia foi uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates. Essa terra foi disputada por vários povos, ao contrário do Egito Antigo, em que apenas um povo formou a civilização egípcia. Veremos quais povos foram esses.

→ Sumérios

Os sumérios foram os primeiros povos a habitaram a região da Mesopotâmia. Eles se instalaram próximo aos rios, utilizando suas águas para bebida e também técnicas de irrigação que as levava para regiões mais distantes das margens. Sua permanência na Mesopotâmia foi de 3200 a.C. a 2800 a.C.

Como era comum nos povos da Antiguidade Oriental, os sumérios aproximaram a religiosidade da arquitetura. Por isso, construíram templos religiosos onde eram realizados ritos feitos pelos sacerdotes. A escrita cuneiforme, ou seja, aquela feita em forma de cunha e em tabletes de barro, registrava os feitos dos soberanos sumérios como também os ritos religiosos. A produção agrícola excedente era comercializada com os povos egípcios e indianos.

→ Acádios

Os acadianos também foram povos que habitaram a Mesopotâmia. Eles derrotaram os sumérios, mas seu domínio sobre a terra mesopotâmica foi consolidado quando o rei Sargão I gerou uma unificação dos povos que habitavam a região. O domínio acadiano sobre a Mesopotâmia acabou quando foram derrotados pelos babilônicos, como eram conhecidos os amoritas.

→ Primeiro Império Babilônico

Babilônia se tornou conhecida no Mundo Antigo por ser a sede do Império Babilônico. Entre 2000 a.C. e 1515 a.C., os babilônicos dominaram a Mesopotâmia devido à expansão de seu território e captura de outros povos. Hamurabi foi o rei babilônico mais conhecido nesse período por ser o primeiro a sistematizar as leis em vigor em seu domínio. O Código de Hamurabi previa a punição aos crimes cometidos de forma proporcional. Era baseado na Lei do Talião, que dizia: “Olho por olho, dente por dente”. O domínio babilônico se encerrou quando os hititas invadiram a Mesopotâmia.

→ Assírios

Os assírios eram povos conhecidos pela crueldade com que matavam seus inimigos. Eram muito militarizados e conquistaram toda a região da Mesopotâmia, da Palestina, do Egito e parte da Pérsia. Em 1450, a Mesopotâmia estava sob seu domínio, mas foram derrotados pelos caldeus, em 612 a.C.

→ Segundo Império Babilônico

Ao dominar a Mesopotâmia, os caldeus fundaram o Segundo Império Babilônico. Foi no reinado de Nabucodonosor que o império viveu seu apogeu. Sua principal característica eram as construções arquitetônicas que esbanjavam beleza e grandeza. Uma das construções mais significativas desse período foram os Jardins Suspensos da Babilônia. Até hoje, arqueólogos e historiadores se questionam sobre como esse povo conseguiu construir tamanhas construções com precários recursos. O Segundo Império Babilônico foi derrotado pelo rei Ciro II, em 539 a.C.

Economia da Mesopotâmia

Os povos mesopotâmicos se desenvolveram às margens dos rios. Além de usarem suas águas para beber, também o faziam para irrigar as plantações. O desenvolvimento de técnicas de irrigação possibilitou a construção de canais que levavam as águas do Tigre e Eufrates para regiões mais distantes das margens deles.

A atividade econômica de maior destaque na Mesopotâmia durante a Antiguidade Oriental foi a agricultura. O produto excedente, ou seja, aquilo que sobrava, que não havia sido consumido, não era descartado, mas negociado com outros povos. Com base na produção agrícola, outras atividades econômicas, como o pastoreio, fizeram a economia mesopotâmica prosperar.

Sociedade da Mesopotâmia

Os povos que habitaram a Mesopotâmia se organizavam em castas, de modo que não havia mobilidade social. Eles tinham um soberano, que centralizava o poder ao se tornar chefe militar, político e religioso. O pequeno grupo de elite era sustentado pelos camponeses, que trabalhavam no campo e nas construções públicas e dos templos.

Cultura da Mesopotâmia

O legado cultural da Mesopotâmia é usufruído até hoje. Por depender das águas dos rios para a sobrevivência, os povos mesopotâmicos desenvolveram técnicas arquitetônicas para construir represas a fim de armazenar as águas. Eles usavam conhecimentos pertencentes ao que hoje é a astronomia para prever enchentes e vazantes. Essas técnicas também foram utilizadas para construir grandes templos e palácios, representando a grandeza da crença e a expressão de poder dos soberanos.

Fonte: Mundo Educação

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CIVILIZAÇÕES HIDRÁULICAS


Civilizações Hidráulicas e suas características

As civilizações hidráulicas foram aquelas que se desenvolveram às margens dos rios na Antiguidade.

Egito Antigo: exemplo de civilização hidráulica

Egito Antigo: exemplo de civilização hidráulica

O que foram as civilizações hidráulicas?

As civilizações hidráulicas são aquelas que se desenvolveram na Antiguidade (aproximadamente entre 3.000 a.C. e 1.000 a.C.) nas margens de rios. Possuem algumas características econômicas, políticas e sociais em comum. Elas se desenvolveram dentro de um sistema chamado de modo de produção asiático.

Principais características das civilizações hidráulicas:

– Poder político concentrado nas mãos de um governante.

– Economia baseada, principalmente, na agricultura.

– Forte dependência das águas fornecidas pelos rios, principalmente das enchentes que fertilizavam as margens.

– Uso de sistemas de irrigação para a agricultura. Construção de canais e diques.

– Cidades desenvolvidas próximas aos rios.

– Uso de trabalho compulsório, principalmente na construção de obras públicas.

– Sociedade estamental (pouca ou nenhuma mobilidade social).

– Terras pertencentes ao Estado.

– Elevada cobrança de impostos para manutenção da nobreza e dos funcionários estatais.

– Presença de estados teocráticos.

– Religião politeísta.

– Exército forte para proteção e expansão territorial.

Exemplos de civilizações hidráulicas na História:

– Civilização Egípcia – desenvolvimento nas margens do rio Nilo (nordeste da África).

– Civilização Mesopotâmica – desenvolvimento na região do “Crescente Fértil”, entre os rios Tigre e Eufrates (Oriente Médio, Ásia).

– Civilização Chinesa – desenvolvimento às margens do rio Amarelo.

– Civilização Hindu – desenvolvimento entre os vales dos rios Indo e Ganges.

Illustração mostrando um civilização hidráulica

Povos da Mesopotâmia: exemplo de civilização hidráulica, pois se desenvolveram às margens dos rios Tigre e Eufrates.


Última revisão: 27/10/2020

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Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo – USP (1994).

REVOLUÇÃO FRANCESA


Revolução Francesa (1789)

Juliana Bezerra

Juliana Bezerra

Professora de História

Revolução Francesa, iniciada no dia 17 de junho de 1789, foi um movimento impulsionado pela burguesia e contou com a participação dos camponeses e das classes urbanas que viviam na miséria.

Em 14 de julho de 1789, os parisienses tomaram a prisão da Bastilha desencadeando profundas mudanças no governo francês.

Contexto histórico

No final do século XVIII, a França era um país agrário, com a produção estruturada no modelo feudal. Isso significava que existiam impostos e licenças que só eram válidos para determinadas regiões. O poder político estava concentrado no rei e num pequeno número de auxiliares.

Por isso, para a burguesia e parte da nobreza era preciso acabar com o poder absoluto do rei Luís XVI.

Enquanto isso, do outro lado do Canal da Mancha, a Inglaterra, sua rival, desenvolvia o processo de Revolução Industrial.

Fases da Revolução Francesa

Para fins de estudo, a Revolução Francesa é dividida em três fases:

  • Monarquia Constitucional (1789-1792);
  • Convenção Nacional (1792-1795);
  • Diretório (1795-1799).

Causas da Revolução Francesa

A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, queria acabar com as barreiras que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico.

A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos.

Apesar de ser a classe social economicamente dominante, sua posição política e jurídica era limitada.

Iluminismo

iluminismo se propagou entre os burgueses e propulsionou o início da Revolução Francesa.

Este movimento intelectual fazia duras críticas às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero e à nobreza.

Seus autores mais conhecidos foram Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e Adam Smith.

Crise econômica e política

A crítica situação econômica, às vésperas da revolução de 1789, exigia reformas, mas gerava uma crise política. Esta se agravou quando os ministros sugeriram que a nobreza e o clero deveriam pagar impostos.

Pressionado pela situação, o rei Luís XVI convoca os Estados Gerais, uma assembleia formada pelos três estamentos da sociedade francesa:

  • Primeiro Estado – composto pelo clero;
  • Segundo Estado – formado pela nobreza;
  • Terceiro Estado – composto por todos aqueles que não pertenciam ao Primeiro nem ao Segundo Estado, no qual se destacava a burguesia.

O Terceiro Estado, mais numeroso, pressionava para que as votações das leis fossem individuais e não por Estado. Somente assim, o Terceiro Estado poderia passar normas que os favorecessem.

No entanto, o Primeiro e o Segundo Estado recusaram esta proposta e as votações continuaram a ser realizadas por Estado.

Desta forma, reunidos no Palácio de Versalhes, o Terceiro Estado e parte do Primeiro Estado (baixo clero) se separam da Assembleia. Em seguida, declaram-se os legítimos representantes da nação, formando a Assembleia Nacional Constituinte e jurando permanecer reunidos até que ficasse pronta a Constituição.

Numa sala do palácio de Versalhes, uma multidão assiste a união entre um padre (Primeiro Estado) e um burguês (Terceiro Estado)
O juramento na Sala de Jogo de Paume, de Jean-Louis David, ilustra a união entre parte do Primeiro Estado e o Terceiro.

Monarquia constitucional (1789-1792)

No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Liberté, égalité, fraternité” – lema da Revolução), além do direito à propriedade.

A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração provocam novas manifestações populares. Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países. A instabilidade na França era grande.

A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os artigos podemos destacar:

  • o governo foi transformado em monarquia constitucional;
  • o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
  • os deputados teriam mandato de dois anos;
  • instituído o voto censitário (só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima);
  • suprimiram-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
  • confirmaram-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
  • manteve-se a escravidão nas colônias.

Convenção Nacional (1792-1795)

A Assembleia Legislativa foi substituída, através do sufrágio universal masculino, pela Convenção Nacional, que aboliu monarquia e implantou a República. Os jacobinos eram a maioria neste novo parlamento.

O rei Luís XVI foi julgado e sentenciado culpado por traição, sendo condenado à morte por guilhotina e executado em janeiro de 1793. Meses depois, a rainha Maria Antonieta teria o mesmo destino.

Internamente, as opiniões divergentes de como deveriam ser conduzida a revolução, começavam a provocar divisão entre os próprios revolucionários. Existiam basicamente dois grupos:

Os girondinos – representantes da alta burguesia, defendiam posições moderadas e a monarquia constitucional.

Por sua parte, os jacobinos – representantes da média e da pequena burguesia, constituía o partido mais radical, sob a liderança de Maximilien Robespierre. Queriam a instalação de uma república e um governo popular.

O Terror (1793-1794)

Dentro do período da Convenção Nacional existe um ano extremamente violento, onde as pessoas suspeitas de serem contrarrevolucionárias eram condenadas à guilhotina. Este período ficou conhecido como “terror”.

Isto foi possível graças a aprovação da Lei dos Suspeitos que autorizava a prisão e morte dos considerados antirrevolucionários. Nessa mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos. Aqueles que recusavam a jurar a Constituição Civil do Clero eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no rio Loire.

A ditadura jacobina introduziu novidades na Constituição como:

  • voto universal e não censitário;
  • fim da escravidão na colônias;
  • congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;
  • instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.

As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas vezes ao dia num ato público. Para os ditadores eram uma forma justa de acabar com os inimigos, porém essa atitude causava medo na população que se voltou contra Robespierre e o acusou de tirania.

Nessa sequência, após ser detido, Robespierre foi executado e este fato ficou conhecido como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.

Robespierre, no patíbulo e ladeado por dois carrascos, prepara-se para ser guilhotinado enquanto cabeças das vítimas são mostradas à multidão
Gravura do século XIX mostrando a execução de Robespierre (centro)

Diretório (1794-1799)

A fase do Diretório dura cinco anos e se caracteriza pela ascensão da alta burguesia, os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que governavam a França.

Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito durante sua legislação. No entanto, a situação era delicada. Os girondinos atraíram a antipatia da população ao anular o congelamento de preços.

Vários países, como a Inglaterra e o Império Austríaco, ameaçavam invadir a França a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio buscavam organizar-se para restaurar o trono.

Diante desta situação, o Diretório recorre ao Exército, na figura do jovem general Napoleão Bonaparte para conter os ânimos dos inimigos.

Desta maneira, Bonaparte dá um golpe – o 18 Brumário – onde instaura o Consulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos.

Consequências da Revolução Francesa

Napoleão Bonaparte, montado no seu cavalo branco e acompanhado por dois oficiais, ergue a espada
Napoleão Bonaparte espalhou os ideais da Revolução Francesa através de guerras pela Europa

Em dez anos, de 1789 a 1799, a França passou por profundas modificações políticas, sociais e econômicas.

aristocracia do Antigo Regime perdeu seus privilégios, libertando os camponeses dos laços que os prendiam aos nobres e ao clero. Desapareceram as amarras feudais que limitavam as atividades da burguesia e criou-se um mercado de dimensão nacional.

A Revolução Francesa foi a alavanca que levou a França do estágio feudal para o capitalista e mostrou que a população era capaz de condenar um rei.

Igualmente, instalou a separação de poderes e a Constituição, uma herança deixada para várias nações do mundo.

Em 1799, a alta burguesia aliou-se ao general Napoleão Bonaparte, que foi convidado a fazer parte do governo. Sua missão era recuperar a ordem e a estabilidade do país, proteger a riqueza da burguesia e salvá-los das manifestações populares.

Por volta de 1803 têm início as Guerras Napoleônicas, conflitos revolucionários imbuídos dos ideais da Revolução Francesa que teve como protagonista Napoleão Bonaparte.

MESOPOTÂMIA


Civilização Mesopotâmica

Juliana Bezerra

Juliana Bezerra

Professora de História

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civilização mesopotâmica se desenvolveu no vale dos rios Tigre e Eufrates e é considerada o berço da cultura ocidental.

Daqueles povos vêm os cálculos astronômicos, a escrita, o primeiro código, as cidades-estados e muito mais.

A Mesopotâmia era uma região fértil que facilitava a fixação de populações. Em épocas sucessivas, sumérios, acádios e assírios, dentre outros povos, dominaram esta zona.

Origem da Civilização Mesopotâmica

crescente fértil
A região entre os rios Tigre e Eufrates era denominada “crescente fértil”

A palavra “mesopotâmia” vem do grego e significa “entre dois rios”. Com a abundância de águas e terras férteis, os primeiros seres humanos resolveram se fixar ali, entre os rios Tigres e Eufrates, num fenômeno conhecido por Revolução Urbana.

As cidades eram protegidas por muralhas e suas construções mais altas eram os templos, chamados de zigurates. Estes eram administrados por sacerdotes que detinham o poder administrativo da cidade.

Com o tempo, essas cidades foram crescendo e despertando a cobiça nas vizinhas. Houve a necessidade de separar o poder religioso do administrativo e surgem os primeiros comandantes militares.

Nem tudo, entretanto, era resolvido com lutas. As cidades também começaram a comercializar aquilo que não necessitavam (excedentes) e isso gerou as primeiras trocas comerciais que se têm notícia.

Povos da Mesopotâmia: sumérios e acádios

Sumérios

A primeira civilização que se desenvolveu na Mesopotâmia foi a dos sumérios, povo oriundo do vizinho planalto do Irã.

Quish teria sido a primeira cidade dessa civilização, depois surgiram Ur, Uruk, Nipur, Lagash, Eridu e Nipur.

Cada cidade era independente, governadas por um patesis, mistura de chefe militar e sacerdote. Eles controlavam a população, cobrando impostos e administrando as obras para armazenar a água e que seria usada nos períodos de seca.

As terras eram consideradas propriedade dos deuses, cabendo ao homem servi-los, não só com o trabalho agrícola, mas também com a edificação dos zigurates.

Os sumérios desenvolveram um sistema de leis baseado nos costumes e eram habilidosos nas práticas comerciais Por isso, elaboraram a escrita cuneiforme, assim chamada porque eram feitas com um estilete em forma de cunha que gravavam em placas de argila.

Acádios

Depois de longo tempo de autonomia, as cidades sumerianas se enfraqueceram, devido às lutas pela hegemonia política.

O enfraquecimento possibilitou a invasão de vários povos semitas – povos do sudeste da Ásia que falavam línguas semíticas, tais como hebreus, árabes, etíopes, babilônicos, assírios, arameus, cananeus e fenícios.

Sua cidade mais importante foi Acad, que deu origem ao termo acádios. Por volta de 2330 a.C., o rei acádio Sargão I unificou as cidades sumérias, criando o primeiro império que se tem registro na História, o Império Acádio.

Porém, contínuas invasões estrangeiras inviabilizaram a permanência deste domínios, que acabou desaparecendo por volta de 2100 a.C.

Primeiro Império Babilônico (1800-1600 a.C.)

Cidade da Babilônia
Recriação da Babilônia com seus jardins e seu portal de entrada azul (abaixo, à direita)

Entre os invasores da Mesopotâmia, que derrubaram os acádios, estavam os amoritas, provenientes do deserto árabe. Os amoritas se estabeleceram na cidade de Babilônia, na Média Mesopotâmia.

Por volta do século XVIII a.C., Hamurábi, rei da Babilônia, conseguiu unificar toda a região fundando o Primeiro Império Babilônico.

A cidade transformou-se num dos maiores centros urbanos da Antiguidade, onde se erguiam importantes monumentos arquitetônicos.

É o caso do zigurate de Babel, citado na Bíblia como a torre construída para se chegar ao céu.

Código de Hamurabi e a Civilização Mesopotâmica

Hamurábi, o mais importante rei da Babilônia, organizou o primeiro código de leis escritas – Código de Hamurabi. Para o soberano, se as leis estivessem gravadas, todos poderiam obedecê-las em qualquer lugar do reino.

Deste modo, o Código apresentava uma série de penas para delitos em todos os âmbitos da vida, seja doméstico ou profissional, em relação à propriedade de imóveis e escravos. As punições previstas variavam de acordo com a condição social da vítima e do infrator.

O Código de Hamurabi pode nos parecer cruel nos dias atuais, mas tinha como objetivo regularizar a vingança. Dele se extraiu a Lei de talião, que pregava o princípio do “olho por olho, dente por dente”.

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No entanto, devemos entender que a sociedade para o qual foi criado não havia a noção de um Direito constituído e, em teoria, qualquer pessoa poderia fazer justiça com as próprias mãos.

Características dos Povos da Mesopotâmia

Baixo Relevo mesopotâmico
Aspecto de um baixo-relevo utilizado na decoração de templos, muros e palácios da Mesopotâmia

Apesar da grande diversidade cultural, algumas características eram comuns às diferentes sociedades que se desenvolveram na Mesopotâmia.

Economia

A base da economia era a agricultura, que dependia das cheias dos rios Tigres e Eufrates. O sistema monetário era pouco desenvolvido, mas a cevada e os metais eram utilizados como referência de valor.

Sociedade

Na região predominavam as pessoas livres. Os escravos surgiram durante as guerras e pertenciam à comunidade. Eram utilizados nos trabalhos mais duros, como o das minas.

Religião

Os povos mesopotâmicos eram politeístas.

Cada povo cultuava com mais intensidade uma divindade: os babilônios, Marduk; os assírios, Assur. Uma deusa bastantes popular era Ishtar, protetora da fertilidade, vida, beleza e do amor.

Ciência e Cultura

Os povos mesopotâmicos destacaram-se na ciência, arquitetura e literatura. Observando o céu, os sacerdotes desenvolveram os princípios da astronomia e da astrologia.

Os zigurates, templos que abrigavam celeiros e oficinas, eram também verdadeiras torres de observação dos céus. Descreveram cálculos do movimento de planetas e estrelas e a elaboração de sofisticados calendários.

Foram os mesopotâmios que elaboraram o calendário dividindo o ano em 12 meses e a semana em sete dias, cada um em períodos de 12 horas.

Desenvolveram ainda cálculos algébricos, dividiram o círculos em 360 graus e calcularam as raízes quadrada e cúbica. Na arquitetura, introduziram o uso de arcos e decoração em baixo relevo.

Na literatura, criaram poemas e narrativas épicas, como a Epopeia de Gilgamesh, inspiradora da descrição do dilúvio bíblico.

CHE GUEVARA | 14.06.1928


🇵🇷👊🔫 🧔🏻🔫👊🇵🇷

🇸🇻 O médico argentino Ernesto “CHE” GUEVARA foi mais do que um guerrilheiro, ele foi um visionário. Amado por uns e detratado por outros, até hoje sua personagem acende debates acirradíssimos sobre o rumo do socialismo nas Américas. Seu protagonismo foi fundamental para o sucesso da Revolução Cubana de 1959.

Ernesto Guevara de la Serna nasceu na cidade de Rosário, na Argentina, em 14 de junho de 1928, portanto completando hoje seus 94 anos. Na escola, destacou-se como aluno e também como atleta, embora sofresse de asma. Logo cedo, começou a absorver o pensamento socialista das leituras que fazia. Para evitar servir no exército durante a ditadura de Juan Perón, saiu da Argentina logo após obter seu diploma de medicina pela Universidade de Buenos Aires, em 1953. Viajou então pela América Latina e viu de perto os problemas econômicos e a pobreza da região.

Em 1954, Guevara estava na Guatemala quando um golpe de estado derrubou o presidente Jacobo Árbenz. Árbenz havia sido eleito democraticamente e tentava realizar reformas sociais e econômicas no país. O golpe tinha acontecido com o apoio da CIA. Guevara então se convenceu de que os Estados Unidos iriam sempre se opor aos governos de esquerda e de que a revolução era a única saída. Ele partiu para o México, onde conheceu os irmãos cubanos Raúl e Fidel Castro. Nos anos seguintes, ajudou a organizar a revolução que, em 1959, derrubou o ditador Fulgêncio Batista, em Cuba.

Guevara se tornou cidadão cubano e trabalhou em cargos importantes no governo de Fidel Castro. No final de 1964, as ideias radicais de Guevara o levaram a entrar em conflito com o governo cubano. Guevara deixou Cuba e partiu para a África. Após uma tentativa fracassada de conduzir uma rebelião marxista no Congo, ele voltou para Cuba e lá permaneceu até que sua insistência em levar a revolução a outros países novamente o pôs em conflito com Castro e com os soviéticos que apoiavam Cuba.

No final de 1966, Guevara foi à Bolívia com o objetivo de realizar uma revolução que derrubasse o governo ditatorial no país. Ele acreditava que essa seria a primeira de uma série de revoluções que ocorreriam em toda a América do Sul. Durante onze meses, liderou uma guerrilha nas montanhas da Bolívia, mas não teve sucesso. Em outubro de 1967, o exército o capturou. As autoridades bolivianas, com a participação da CIA, ordenaram que ele fosse executado. Che Guevara foi morto em 9 de outubro de 1967. Mataram o homem, mas criaram um mito! E “Che” saiu da História para virar ícone de rebeldia e contestação.

O guerrilheiro argentino-cubano se tornou um mártir e é considerado um herói por revolucionários do mundo todo. Ele deixou vários registros escritos, dentre eles artigos, contos, discursos e também diários de viagens e de guerrilhas. Uma porção desse material foi publicada apenas depois de sua morte e boa parte permanece inédita.

O filme “Diários de motocicleta”, do cineasta brasileiro Walter Salles, é baseado nos diários que Guevara escreveu durante as viagens que fez pela América do Sul em 1952, quando estava com 23 anos. Em 2008 o ator Benício Del Toro deu vida ao personagem na cinebiografia CHE, dividida em duas partes: CHE-O Argentino e Che-A Guerrilha. Mesmo após 54 anos de sua morte, “Che” ainda incomoda muita gente! 👊💪👊💪👊

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🧭 Concepção e elaboração do post 📝José Ricardo 🖋️ professor e historiador.

📖 Créditos do texto 🖱️ Enciclopédia Britannica Escola – Versão WEB (adaptado)

👉 Para saber mais sobre Ernesto “Che” Guevara, acesse:

🖱️ https://jrscommuitahistoriapracontar.blogspot.com/2021/10/hoje-na-historia-091021-54-anos-da.html

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