MÁRTIRES DE PERNAMBUCO

freicaneca
Os Mártires das Revoluções de 1710, 1817(1) e 1824

MÁRTIRES DA REVOLUÇÃO DE 1710
(Guerra dos Mascates)

André Dias de Figueiredo, morreu na prisão em Lisboa;
Leandro Bezerra Cavalcanti, irmão de Cosme, não chegou a ser preso;
Manoel Bezerra Cavalcanti, filho de Leonardo Bezerra Cavalcanti, morreu na prisão em Lisboa (11/9/1717).*

Leonardo foi o principal cabeça, junto com seus irmãos Cosme Bezerra
Monteiro, Manuel e Pedro Cavalcanti Bezerra e os filhos (de Leonardo) Cosme e Manoel Bezerra Cavalcanti – André Vieira de Mello era filho de Bernardo.

Morreram na prisão em Lisboa:
Manuel Cavalcanti Bezerra (08/01/1714),
Bernardo Vieira de Mello (10/01/1714),
Andre Vieira de Melo (14/4/1715),
João Luiz Correia (09/6/1715),
Matias Coelho Barbosa (13/4/1716),
André Dias de Figueiredo (27/11/1718).
Leão Falcão de Sá faleceu no desterro em Goa.
Leonardo Bezerra Cavalcanti fugiu do desterro para a Bahia onde morreu velho.

Sobreviveram à prisão de Lisboa João de Barros Correia, José Tavares de Holanda e Cosme Bezerra Monteiro II.

Cosme Bezerra, filho de Leonardo Bezerra Cavalcanti, pernambucano, natural da freguesia da Várzea, onde era Alferes do Terço de Linha do Recife, participou da revolução de 1710; era filho de Leandro Bezerra Cavalcanti, morreu numa prisão em Lisboa, em 10/5/1715.

Antonio Bezerra, participou da revolução de 1710, natural de Ipojuca, Alferes das Ordenanças do Capitão Mor Pedro Correia, foi destacado para guarnecer a Ilha do Nogueira, onde, sendo atacado por 200 mascates, repeliu-os briosamente; acertado por uma bala perdida, morreu vítima da pátria e mártir do patriotismo; deixando a vitória a seus bravos companheiros que o vingaram matando sete mascates e ferindo um.

MÁRTIRES DA REVOLUÇÃO DE 1817

Quatro réus foram arcabuzados na Bahia, nove enforcados em Pernambuco, sem falar nos que morreram na prisão (e não foram menos de 32) e sem falar também nos que tombaram nos combates travados com as forças de D. João VI. (2)

Alguns dos revoltosos:

Ignácio Leopoldo d’Albuquerque Maranhão, paraibano, enforcado
Pe. Antonio Pereira de Albuquerque, arcabuzado em 6 de setembro de 1817
Domingos Theotonio Jorge, enforcado em 10 de julho de 1817
José de Barros Lima (Leão Coroado), enforcado em 10 de julho de 1817
Pe. Pedro de Souza Tenório, enforcado em 10 de julho de 1817
Pe. João Ribeiro Pessoa Montenegro, suicidou-se
José Peregrino Xavier de Carvalho, paraibano, arcabuzado em 21 de agosto de 1817
Domingos José Medeiros, arcabuzao em 12 de junho de 1817
Pe. Miguel Joaquim d’Almeida (frei Miguelinho), natalense, arcabuzado em 12 de junho de 1817

O local das execuções era no Campo do Erário, no centro da cidade do Recife. Na sentença, era determinado que os corpos eram esquartejados: cortavam as mãos, a cabeça e o tronco era amarrados e puxados por cavalos até o cemitério. As mãos e a cabeça eram expostos em locais diferentes. A cabeça do Pe. João Montenegro, em 2001, voltou para cidade do Paulista (onde ele se suicidara) e enterrada no cemitério da Igreja de Santa Isabel, no centro da cidade.

Antonio Pereira de Albuquerque, mártir ilustre da revolução da Liberdade de 1817, de que ele mesmo foi autor e vítima: era natural da Paraíba, patrício, parente, amigo e condiscípulo do Pe. João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro (que se suicidou com o fracasso da revolução), com quem fizera os primeiros estudos, ordenando-se sacerdote; seu colega e amigo Pe. Ribeiro o imbuíra nos mistérios da democracia.

Frei Miguelinho (Miguel Joaquim d’Almeida), preso, permaneceu todo o tempo em silêncio, preferindo não se defender. Pelo contrário, no único momento em que foi interpelado pelos amigos, confirmou o que tinha feito. Junto com Domingos Jorge Medeiros seguiu para o local do fuzilamento, rezando.

O governo considerou proscritos 35 revolucionários, entre eles João Pitta Porto Carneiro e Manoel Maria Carneiro, que sumiram para não serem presos, torturados e mortos (ou degradados para a Índia); quem são esse proscritos?

Um dos perseguiram e torturaram os pernambucanos, era o Conde dos Arcos, em Salvador, Bahia.

MÁRTIRES DA CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR – 1824

A repressão foi exercida com uma severidade implacável, como se a animasse mais a idéia de vingança do que o propósito de punições. Assim, foram sacrificados:

No Recife: executados frei Caneca, Lázaro dos Santos Fontes, Antonio Macário de Morais, Agostinho Bezerra Cavalcanti, Antonio do Monte, Nicolau Martins Pereira, José Heide Rodgers e Francisco Antonio Fragoso;

No Rio de Janeiro: foram executados Joaquim da Silva Loureiro, José Metrovich e João Guilherme Ratcliff;

No Ceará: executados o coronel João de Andrade Pessoa, Francisco Miguel Pereira, Luiz Inácio de Azevedo, Feliciano José da Silva e o famoso padre Mororó; e ainda Tristão Gonçalves de Alencar Araripe;

Na ParaÍba: assassinato de Félix Antonio Ferreira de Albuquerque.

Morreu em combate o intrépido jornalista do Correio do Rio de Janeiro, João Soares Lisboa.

1) Fonte: “Os Mártires Pernambucanos Victimas da Liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817 – Pe. Joaquim Dias Martins (o livro consegue nominar 628 pessoas)

(2) in “Pernambuco da Independência à Confederação do Equador” de Barbosa Lima Sobrinho, pg. 152, d. 1998, PCR/Recife
* Corrigido à partir de email de Alberto Jorge Tavares Cavalcanti

9 comentários em “MÁRTIRES DE PERNAMBUCO”

  1. gostaria de saber sobre JOSE LUCAS DE SOUSA RANGEL, um pernambucano que aderiu a revolução de 1817 e foi preso, condenado, enviado a prisão perpetua na bahia e de lá fugiu para a província da PARAHYBA DO NORTE onde aqui fez história.

    Curtir

  2. Se possível gostaria de ter acesso a documentação comprobatória da filiação maçônica dos líderes da Revolução Pernambucana de: 1710/1817
    Desde já agradeço.

    Curtir

  3. Um dos mais influentes dos movimentos revolucionários de Pernambuco foi o paraibano Arruda Câmara. Por esse tempo ele e seu irmão já teriam voltado da Europa. Precisa ser citado

    Curtir

Obrigado pela sua participação!

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.