A MÃO-DE-OBRA INDÍGENA

A mão-de-obra indígena
ameeri8

Os europeus acreditavam que o trabalho braçal denegria o caráter e a importância da pessoa. Por isso, recusavam-se a trabalhar na terra e no artesanato. No Brasil, não foi diferente. Os colonizadores associaram imediatamente o trabalho à ausência de liberdade, ou seja, à escravidão.

Recusa da escravidão

Os indígenas foram os primeiros escravos do Brasil. A partir de 1570, a Coroa começou a tomar medidas para impedir essa escravização, ao mesmo tempo que incentivava a importação de africanos. Em 1758, Portugal determinou a libertação definitiva dos índios. Vários motivos influenciaram essa decisão:

• Os índios resistiam à escravização, guerreando, fugindo ou negando-se a trabalhar.

• Os indígenas não resistiam às doenças dos brancos, como sarampo, varíola e gripe. Morriam aos milhares.

Índios dizimados: Entre 1562 e 1563, por exemplo, mais de 60 mil índios foram dizimados por duas epidemias de varíola, conhecidas como a ‘peste de bexigas’.

Autor: luislins

Pernambucano, Casado, quatro filhos, Servidor Público.

24 comentários em “A MÃO-DE-OBRA INDÍGENA”

  1. Gente, o motivo pelo qual a mão de obra indígena foi substitui ao logo dos séculos pela africana são múltiplos. Sendo um dos principais a lucratividade gerada pelo comercio negreiro que movimentava e capitalizava o novo sistema econômico nascente no período, o mercantilismo.
    Sendo importante salientar, também, a influência das querelas entorno da legitimidade ou não dessa escravidão travadas nas grandes universidades da Peninsular Ibérica entre teólogos e juristas. Uma vez que se ficasse descendido pela humanidade do indígena este não poderia ser escravizado, mas poderia ser catequizado e vise-versa, chocando dois pontos de igual interesse para sociedade da época, o religioso e o econômico.
    A solução encontrada nos primeiros séculos da colonia foi o de classificação dos indígenas entre amigos e inimigos. Os amigos eram aqueles que se aliaram aos estrangeiros (em geral pertencentes ao troco Tupi) e como estrategia de sobrevivência aceitaram morar em aldeamentos – especie de vilas coordenadas por religiosos- nos quais, eram submetidos a catequização.
    Nos aldeamentos eles não sofreiam com a escravidão em todo seu sentido, mas tinham a obrigação de servir aos religiosos, das funções mais triviais ao trabalho nas lavouras. Questões culturais do grupo tupi da divisão do trabalho geravam conflitos internos, uma vez que eram as mulheres e não os homens que tradicionalmente cuidavam das plantações. As tentativas de conversão a fé católica romana e de aculturação que interferiam na sua culturas e tradições levam alguns índios a preferirem trabalhar como escravos ou ASSALARIADOS nas lavouras.
    Os inimigos, ou seja, aqueles que não estabeleciam alianças com os europeus eram capturados e escravizados. As inúmeras leis e alvares publicados ao logo do período colonial acerca das pólicas indígenas, deixaram brechas, possibilitando a escravidão de alguns grupos de nativos. Como o direito de escravização dos índios aprisionados em guerras justas e de índios de cordas eram uma dessas brechas.
    A guerras justas que se tratavam de guerras contras aqueles que de alguma forma iam contra a fé cristã. Já os índios de corda eram aqueles capturados por um grupo inimigo e que aguardavam para passarem pelo ritual antropofágico, mas que eram libertados ou negociados pelo europeu e que em troca de sua vida teriam que trabalhar nos engenhos por gratidão. Entretanto, é importante salientar que o ritual antropofágico eram tido como sagrado e motivo de grande horaria para o guerreiro que seria sacrificado, uma vez que apenas os considerados dignos, corajosos e bravos eram escolhidos para serem sacrificado e este quando morto iria para o “grande céu de Maíra” onde seria recebido como herói pelos seus antepassados. Ou seja, dentro da sua lógica de mundo, deixavam de ir para o “paraíso” para irem para as lavouras.
    Outro fato que contribuiu para essa transferência gradual da mão de obra indígena para a africana explica pelo fato do plantio de cana de açúcar já ser realizado nas colonias europeias em África, fazendo com que alguns povos africanos já possuíssem intimidade com esse tipo de trabalho, sendo-os especializados nas inúmeras funções que o complexo sistema de produção açucareira exigia. Os indígenas serviram como uma forma de capitalização dos Senhores de engenhos para trazerem essa mão de obra especializada para o Brasil.
    A experiencia espanhola em suas colonias americanas (a América espanhola foi colonizadas a partir de 1492) também foi um fator que se somou as vários outros.
    Entretanto não pode-se esquecer que durante muito tempo a mão de obra indígena e africana co-habitaram os engenhos de açúcar. Havendo registro do seu uso até o século XVIII.
    Não se pode pensar no índio como mera vitima do sistema colonial e escravista, eles desenvolveram mecanismos que lhes possibilitavam sobreviver, reagir e garantir formas de melhor viver nas dadas condições que lhes foram dadas.
    Eles são seres históricos e como tais amavam, odiavam, trabalhavam, adoeciam, faziam o mal e o bem, pois é isso que lhes conferem humanidade. Como não podemos esquecer que os negros também resistiram, dia a dia nas mais diferentes formas possíveis para aquele momento histórico.
    Sendo o fim da mão de obra indígena no país frutos de fatores religiosos, políticos, econômicos, jurídicos e de resistênciaS.

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  2. Os europeus acreditavam que o trabalho braçal denegria o caráter e a importância da pessoa. Por isso, recusavam-se a trabalhar na terra e no artesanato. No Brasil, não foi diferente. Os colonizadores associaram imediatamente o trabalho à ausência de liberdade, ou seja, à escravidão.

    Recusa da escravidão

    Os indígenas foram os primeiros escravos do Brasil. A partir de 1570, a Coroa começou a tomar medidas para impedir essa escravização, ao mesmo tempo que incentivava a importação de africanos. Em 1758, Portugal determinou a libertação definitiva dos índios. Vários motivos influenciaram essa decisão:

    • Os índios resistiam à escravização, guerreando, fugindo ou negando-se a trabalhar.

    • Os indígenas não resistiam às doenças dos brancos, como sarampo, varíola e gripe. Morriam aos milhares.

    Índios dizimados: Entre 1562 e 1563, por exemplo, mais de 60 mil índios foram dizimados por duas epidemias de varíola, conhecidas como a ‘peste de bexigas’

    Isso ñ explica nads essa merda querem respostas de verdade vai no wikipédia vcs ganham mt mais!!!vamos protestar!!!

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  3. O texto de GTA está muito bom, ele conhece a bibliografia mais recente a respeito do assunto… Consegue explicar de um jeito simples, fácil de entender, mas deixa claro que o passado (assim como o presente) não é esse desfile de obviedades a que estamos acostumados…

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