CUSCUZ: DA ÁFRICA PARA O CORAÇÃO DO NORDESTINO


Conheça a origem e curiosades sobre o cuscuz, receita que ganhou várias versões ao redor do Brasil

Lívia Karolline
Lívia Karolline
TV Jornal
Receita de cuscuz com creme de queijo e charque do chef Rivandro França – FOTO: TV Jornal

Leitura: 8min

Quem não gosta daquele cuscuz fofinho no café da manhã ou no jantar? É uma receita que tem a cara do brasileiro, e do nordestino, então, nem se fala! Mas, se você pensa que o nosso tradicional cuscuz de cada dia é uma iguaria originalmente brasileira, está muito enganado.

O cuscuz é o exemplo vivo da transformação cultural de um prato, é um exemplo das influências daquilo que cada região do país pode oferecer no preparo de uma única receita, e assim, criar novos sabores, formatos e histórias.

Origem

O legado africano na culinária brasileira é maior do que a gente imagina. A origem do cuscuz é atribuída ao Oriente Médio, mais especificamente à cidade de Maghreb, localizada no norte da África. Existem relatos de que o prato já era preparado há pelo menos dois séculos antes de Cristo, mas de uma forma muito diferente da qual conhecemos hoje.

A introdução no cardápio brasileiro foi feita através dos colonizadores portugueses, em meados do século XVI. A receita original feita de trigo e sêmola foi rapidamente abrasileirada e passou a contar com ingredientes abundantes no país. Como resultado, desde então, várias versões com ingredientes locais foram desenvolvidas e reproduzidas ao longo das gerações.

Preparar cuscuz é quase uma atividade emblemática. Mas nem só de milho vive o cuscuz apreciado pelo nordestino: também pode ser preparado com farinha de arroz e servido com acompanhamentos doces, e massa de mandioca para servir tanto com acompanhamentos salgados quanto doces.

Você sabia?

O primeiro registro escrito sobre cuscuz foi feito no século XIII, no livro de cozinha magrebina-andaluza Kitab al-tabikh fi al-Maghrib wa’l-Andalus (Livro de Culinária do Magrebe e Andaluzia), de autor desconhecido.

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Por ser de fácil preparo e render bem, o cuscuz era uma comida destinada aos pobres, escravos e também aos bandeirantes, que consumiam junto com carne seca batida no pilão.

Em berbere, a palavra “k’seksu”, vem do som do vapor na cuscuzeira durante o cozimento. A palavra couscous é a versão francesa de “k’seksu”, criada pelos colonizadores na Argélia.

Em 100 gramas de cuscuz cozido apenas com sal, é possível encontrar em média 112 calorias, além de quantidades importantes de carboidratos, fibras, proteínas e cálcio. 

Os conhecimentos, as práticas e as tradições relacionadas ao preparo e ao consumo do cuscuz foram declarados Patrimônio Imaterial da Humanidade no ano de 2020.

Fonte: JC

AMARO FREITAS | DE RECIFE PARA O MUNDO


*A TRAJETÓRIA E A OBRA DO MÚSICO AMARO FREITAS É TEMA DO BATE-PAPO COM O PIANISTA PERNAMBUCANO NO SONORA COLETIVA*

_O pianista recifense Amaro Freitas, que recentemente lançou o aclamado álbum ‘Sankofa’, é o convidado do próximo Sonora Coletiva, transmitido pelo Canal do multiHlab, no YouTube, dia 15 de março (terça), às 19h_

De uma periferia do Recife a promessa de ícone internacional do jazz, Amaro Freitas trabalhou incansavelmente para se tornar o artista que é hoje. Consolidado como um dos mais destacados instrumentistas no Brasil, já ganhou projeção internacional por sua “abordagem do teclado tão única, que é surpreendente”, segundo uma das mais importantes revistas de jazz e da música instrumental no mundo, a Downbeat. Seus dois primeiros álbuns, ‘Sangue Negro’ (2016) e ‘Rasif’ (2018), provocaram uma onda de aclamação instantânea no Brasil e no exterior.
 
Já o novo álbum ‘Sankofa’, uma busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil Negro, é o seu trabalho mais impressionante e profundo. Por isso mesmo figurou nas listas de melhores discos de 2021 de revistas especializadas, como a francesa “Jazz Magazine”, enquanto uma de suas músicas, “Vila Bela”, está entre as “10 Best Jazz Song of 2021” do Spotify. No Brasil, o álbum foi apontado como uma das melhores do ano por especialistas, a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e “O Globo”, entre outras entidades e mídias.   
 
Com o retorno das apresentações ao vivo, Amaro Freitas tem cumprido intensa agenda no Brasil. Recentemente, fez show e lançou e autografou o novo álbum no Recife. Antes já havia circulado por Curitiba, São Paulo e Rio. Em breve estará em Aracaju e no Festival de Jazz de Vitória, no Espírito Santo. E, de volta a SP, se apresentará com Chico César. Em 2018-19, foi ainda mais longe. Apresentou-se em festivais e palcos da Europa, inclusive na icônica cidade de Montreux e seu festival, e nos Estados Unidos, onde tocou no Lincoln Center, em Nova York. Em breve cumprirá nova agenda internacional, incluindo apresentações em Londres, Berlin e outras cidades europeias.  
 
Sua formação e concepção musical, seus elogiados álbuns e essa incrível e meteórica trajetória estarão presentes no bate-papo do Sonora Coletiva com Amaro Freitas em sua segunda edição de 2022. O novo episódio será transmitido ao vivo pelo Canal multiHlab, no YouTube, dia 15 de março, às 19h. O Sonora Coletiva é uma atividade da Revista Coletiva, vinculada à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e é apresentado por um de seus editores, o pesquisador Túlio Velho Barreto.
 
*SAIBA MAIS*
 
SONORA COLETIVA é o canal experimental da revista eletrônica de divulgação científica COLETIVA, publicada pela Fundaj. Sediada no Recife, a revista disponibiliza dossiês temáticos e artigos com uma perspectiva de diálogo entre saberes acadêmicos e outras formas de conhecimento, prezando pela diversidade sociocultural e liberdade de expressão. É voltada para um público amplo, curioso e crítico. O projeto integra o ProfSocio, o Canal multiHlab e a Villa Digital, envolvendo ainda as diversas diretorias da Fundaj.
 
*SERVIÇO*
 
LIVE – DO RECIFE PARA O MUNDO ATRAVÉS DA MÚSICA
SONORA COLETIVA conversa com AMARO FREITAS
15 de MARÇO (terça-feira) – 19h – Canal multiHlab no YouTube
Apresentação TÚLIO VELHO BARRETO (Fundaj)

JOSUÉ DE CASTRO E O TEMPO PRESENTE: experiências de pesquisa no campo da História


Esta obra é resultado das pesquisas desenvolvidas no âmbito do PIBIC-UNICAP a partir do Projeto intitulado: Entre homens, rios e caranguejos: um estudo sobre as representações da cidade do Recife na obra de Josué de Castro (1932-1967). Este projeto de pesquisa propôs estudar ao longo dos quatro últimos anos as narrativas produzidas por Josué de Castro sobre a cidade do Recife, procurou analisar quais foram as problemáticas, as cartografias e as representações do Recife em sua obra. O recorte cronológico proposto possibilitou estudar a produção de Josué de Castro desde a publicação do conto Ciclo do Caranguejo (1932), até o romance Homens e Caranguejos (1967).
— Ler em www.editoraolyver.org/josue-de-castro-e-o-tempo-presente/

AGRICULTURA, VAI O GRÃO E VEM O FERTILIZANTE. NEM SEMPRE | POR GERALDO EUGÊNIO


O Brasil conta com a vantagem de ao longo das últimas cinco décadas haver se transformado em um dos mais importantes atores no cenário internacional de alimentosWhatsAppFacebookMessengerPostado em 03/03/2022 2022 18:48 , Agronegócios. Atualizado em 03/03/2022 19:27 

Colunista Geraldo Eugenio

Geraldo Eugênio Engenheiro AgrônomoMercado internacionalO comércio sempre ditou, em boa parte, a relação entre comunidades e povos. No caso específico de produtos agrícolas não há país que se sinta o suficiente protegido para não comprar nenhum produto de alguém. Alguns são extremamente dependentes. Entre esses existem os que contam com outras habilidades e são capazes de estar no mercado de eletrônicos, por exemplo, e necessitam adquirir alimentos. Por outro lado, outros não conseguem contar com riquezas e nem produzir o que sua população necessita. É aí onde mora o problema.O Brasil conta com a vantagem de ao longo das últimas cinco décadas haver se transformado em um dos mais importantes atores no cenário internacional de alimentos. Sua agricultura e pecuária evoluíram e tornou-se motivo de admiração e respeito. No entanto, lamentavelmente, não se consegue produzir no país todos os insumos, máquinas e equipamentos que seu agronegócio demanda. É neste sentido que, obrigatoriamente, ele necessita de terreiros para melhor cumprir com seu papel.Produzimos alimentos, mas necessitamos adquirir fertilizantes, defensivos, máquinas e serviçosUma das conquistas mais expressivas da agricultura moderna se deu pela domesticação de microrganismos, em particular bactérias que habitam o solo na transformação do Nitrogênio atmosférico em uma forma mineralizada utilizável pelas plantas através da Fixação biológica de Nitrogênio (FBN). Estas maravilhosas bactérias dos gêneros Rhyzobhium e Bradyrhizobium, em especial, conseguem atender a demanda de milhões de toneladas de Nitrogênio que a soja e algumas outras espécies consomem todos os anos. Infelizmente, ainda não foi encontrado algo similar com relação a um outro elemento essencial, o Potássio.Insumos agrícolas como fertilizantes fosfatados e potássicos têm causado uma série de preocupações para os que fazem o agronegócio no Brasil. Até pouco tempo atrás com um cenário de calma o suprimento desses produtos estava assegurado por alguns países, entre eles a Rússia.De uma hora para outra o mundo vira de ponta cabeça e já não temos a certeza de, mesmo pagando mais, se se contará com os adubos no devido tempo e no valor adequado para as próximas safras. Lembrando que o país adquire 85% dos fertilizantes minerais que consome, sendo a Rússia o principal país fornecedor com um valor de transação de aproximadamente 2,5 bilhões de dólares ao ano. Os conflitos nem sempre são evitáveisNa última semana, um conflito que vinha em banho maria desde 2013, ao menos, foge do controle e neste instante russos e ucranianos, contando com uma ´peruada´ geral, deflagraram uma guerra insana, como todas as guerras. Aparentemente não temos nada a ver com a contenda, mas uma coisa é certa seremos influenciados pelos acontecimentos no Leste da Europa pelos menos por mais alguns anos.Hoje o conflito se estabeleceu há milhares de quilômetros, amanhã, as escaramuças podem se dar bem mais próximas com implicações diretas no cotidiano das pessoas. Ver milhares de famílias todos os dias vagando à procura de uma saída do ambiente de crise é triste. O preço a ser pago é extremamente elevado para que se possa contemplar um cenário de guerra sofrido e dantesco.Onde o Sertão entra no jogoRetornemos ao que foi discutido na coluna em alguns momentos. O que Pernambuco tem a oferecer ao agronegócio nacional? Um dos mais importantes insumos à produção agrícola. Não apenas de grãos, é o gesso agrícola. Esse condicionador, juntamente com o calcário corrigem os solos e permitem que as raízes se aprofundem. O gesso transporta os íons de Alumínio da superfície para uma profundidade que alcança dois ou mais metros e assim deixa o ´terreno livre` para que as raízes consigam capturar alimentos e água a profundidades bem maiores.Neste momento se nota quão importante é a região da Chapada do Araripe para a agricultura que é realizada no Cerrado, do Piauí ao Mato Grosso do Sul. Se inicia uma época de vacas magras, na qual a eficiência por cada sementes, grão de adubo, gota d`água será objeto de acompanhamento. O desperdício não terá espaço e seguindo a clássica teoria Darwiniana, sobreviverão os mais hábeis e com maior capacidade adaptativa.Tendo posto o que deverá ocorrer, haverá uma corrida pelo mais adequado uso do gesso e do calcário. Mais empresas de fertilizantes verão o Sertão do Araripe como uma parada importante e haverá um redesenho que não se pode prever em que dimensão na disputa entre o valor a se pagar pela gipsita para uso agrícola ou para construção civil. O estado e a região ganharão. Resta aos governantes se esforçarem para rever a questão de logística considerando a importância estratégica da ferrovia Transnordestina até Eliseu Martins, no Piauí, a porta de entrada para o Cerrado brasileiro.

Fonte: Jornal do Sertão